Gente Pobre

Gente Pobre foi o primeiro livro de Dostoiévski, escrito quando ele tinha 25 anos. Ele é todo composto em forma de cartas trocadas entre os personagens principais, Varvara e Makar. O livro começa com uma carta de 8 de abril de Makar e termina com uma de Varvara, de 30 de setembro.

Makar Diévuchkin é um copista de parcos recursos que se derrama em cuidados com a jovem Varvara, também muito pobre que vive com o ganho de trabalhos em costura. Ao mesmo tempo que entende-se que os dois têm um grau de parentesco mesmo que distante percebe-se que Makar nutre uma afeição mais profunda por Varvara, sentimento este que não é correspondido até por conta da diferença de idade entre eles, porém ela o trata com ternura e respeito, se preocupando com o velho conselheiro titular.

O exemplar que tenho foi publicado pela Editora 34 traduzido direto do Russo e com um excelente posfácio de Fátima Bianchi que nos diz que:

“É provável que não haja outro caso, pelo menos na Rússia, de um escritor que da noite para o dia tenha saído da mais completa obscuridade para a glória antes mesmo de ter sua primeira obra publicada.”

Em 1845 o crítico Bielínski lê o manuscrito da obra, fica extasiado, e a anuncia como a primeira tentativa de se fazer um romance social na Rússia. Só um ano depois o livro seria publicado alcançando grande sucesso.

Gente Pobre deve ter sido o terceiro ou quarto livro que li dele há uns 7 anos (reli em abril deste ano), mas lembro-me de me surpreender quando soube que o havia escrito tão jovem. Em sua estreia Fiódor Dostoiévski já nos dá mostras de seu profundo conhecimento da natureza humana, eu me vi imersa naquela realidade, pois ele descreve não só o que é externo, mas escancara com muita habilidade os sentimentos, pensamentos e desejos dos personagens. É uma amostra do que ele haveria de desenvolver com maestria em suas publicações posteriores.

Por Déborah Casaño

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Colaborador Beco das Palavras
Os textos publicados aqui são produzidos por colaboradores diversos. Cada teto é assinado com a pessoa que produziu o conteúdo e os enviou de forma espôntanea para o Beco das Palavras.

2 thoughts on “Gente Pobre

  1. Eu gosto bastante de “o sonho de um homem ridículo” vale a pena…

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