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O Visionarismo de Huxley 

Embora tenha possuído um notável grau de deficiência visual, Aldous Huxley foi um visionário. Conheça a história do grande autor do século passado.

 

Quem foi Aldous Leonard Huxley

Ele nasceu na Inglaterra, em 1894. Seu pai, Leonard Huxley, já era escritor e sua mãe, Julia Arnold, era dona de um internato feminino e sobrinha de um poeta. O avô de Aldous era Thomas Huxley, o zoólogo agnóstico que ficou conhecido como o “buldogue de Darwin” pelo ativismo em prol da Teoria da Evolução. 

O pequeno Aldous desde sempre mostrava interesse por desenhos e uma mania de contemplar a estranheza das coisas. Seus primeiros estudos foram no laboratório de botânica do pai, mas depois ele frequentou a escola. Quando ele tinha 14 anos, sua mãe morreu de câncer. Mesmo assim o garoto era bem aplicado e pretendia estudar Medicina.

Até que, em 1911, ele desenvolve uma doença ocular que o deixa cego temporariamente. Então ele esquece seus planos e acaba estudando Literatura. Desde aquela época, as pessoas tinham consciência que, na verdade, a cegueira foi uma dádiva, já que se não fosse por ela, Huxley jamais teria enveredado pelo caminho literário. 

Seu primeiro emprego foi como professor de francês, mas ele não tinha muita habilidade para manter a turma em ordem. Depois disso, seu próximo emprego foi em uma fábrica do ramo químico, foi algo que o ajudou na escrita da sua obra principal “Admirável Mundo Novo”.

Mais tarde, o grande escritor passou a trabalhar de agricultor na casa de uma socialite integrante do Grupo Bloomsbury — grupo de artistas e intelectuais britânicos fundado por Virginia Woolf. Aproveitando a oportunidade, ele conheceu grandes figuras como Bertrand Russel e Clive Bell. Pouco tempo depois ele conhece também Maria Nys, que se torna sua esposa e com quem teve seu filho único, Matthew.

Depois de ter chegado a ser professor de George Orwell, autor de “1984”, aos 43 anos ele se muda com família para os EUA e sua renda melhorou bastante como roteirista em Hollywood. Foi com boa parte dela que nobremente ele doava para que muitos judeus fugissem da Alemanha nazista. Em 1956, depois que Maria faleceu de câncer, Huxley casou-se novamente, com Laura Archera.

Depois de uma carreira rica e que, sim, envolvia a aproximação com o hinduísmo e drogas psicodélicas, Aldous desenvolveu câncer de laringe e morreu aos 69 anos na sua casa, em Los Angeles. Porém, a mídia não registrou muitas informações sobre isso (e sobre a morte de outro autor britânico, C.S. Lewis) porque, na mesma ocasião, John F. Kennedy havia sido assassinado.

 

Prêmios

Huxley levou o Prêmio James Tait Black por “Também o Cisne Morre”, em 1939. A história é desenvolvida ao redor de Jo Stoyte, um magnata que busca a imortalidade a todo custo. O livro é basicamente uma sátira sci-fi.

 

Mas, certamente, a obra mais popular e adorada é “Admirável Mundo Novo”, que o fez conquistar um prêmio por mérito na Academia Americana de Artes e Letras em 1959. O livro é estruturado na descrição de uma sociedade distópica, excessivamente científica e na qual todos vivem de forma controlada, estritamente sob a lei.

A família não existe e quem questiona todos esses moldes é obrigado a tomar Soma, uma droga que basicamente faz a pessoa esquecer, conformar-se. Huxley acaba expondo uma coexistência do futurismo e também do atraso — quando inevitavelmente os conflitos sociais são formados.

O Canal Tech fez um post bem interessante sobre alguns dos elementos futuristas de “Admirável Mundo Novo”, tudo aquilo que, para ele, existiria no ano de 2495, mas que hoje já é comum, clique aqui para ler.

 

 

 

 

Luciana
Jornalista e editora, mestre em rádio e televisão.

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