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Carlos Fuentes: O Escritor Armado com Livros

Fuentes foi um escritor latino-americano que, além de escrever majestosamente, também chamou muito a atenção das autoridades norte-americanas.

 

A vida pessoal do “Balzac do México”

Carlos Fuentes Macías nasceu na Cidade do Panamá, em 1928. seu pai, Rafael Fuentes, era diplomata mexicano, o que o proporcionou passar a infância em várias cidades latinas. Dos 06 aos 12 anos de idade, Carlos também teve a oportunidade de frequentar uma escola norte-americana, onde desenvolveu fluência em Inglês. 

Nessa época, os Fuentes também se mudaram para o Chile. Foi lá que Carlos se interessou pelo Socialismo e pelas obras de Pablo Neruda. Alguns anos depois, ele entrou para a universidade e fez carreira na Diplomacia, assim como o pai. Em paralelo, ele começou a escrever para um jornal local, além de algumas histórias.

Além disso chegou a lecionar em Cambridge, Princeton e instituições similares. No seu ciclo de amizades se encontrava nomes como Luis Buñuel e Wright Mills, um importante sociólogo.

Nos anos 50, já morando no México, ele revelou sua habilidade com a literatura para o mundo todo publicando “A Região Mais Transparente”. Foi a partir desse marco que ele largou de vez a Diplomacia para se dedicar finalmente à Escrita. Em 1959, ele se mudou para a Havana e começou a apoiar Fidel Castro diretamente. 

O escritor panamenho era casado com Silvia Lemús, uma jornalista que conheceu no México e teve três filhos, mas dois faleceram. Um deles, Carlos, teve hemofilia, doença hematológica de prognóstico ruim. E a filha Natasha morreu de overdose aos 30 anos. Apenas Cecilia encontra-se viva atualmente.

Carlos Fuentes morreu aos 84 anos, em um hospital mexicano, devido a complicações cardíacas e uma hemorragia. Sua morte foi lamentada pelo presidente do México, no Twitter, além de Mario Vargas Llosa e o presidente francês François Hollande. O cortejo fúnebre, que ocorreu em maio de 2012, interrompeu temporariamente o trânsito da Cidade do México e a cerimônia ocorreu no Palácio de Belas Artes.

 

Posicionamento político

Como grande parte dos escritores latino-americanos, Fuentes também era fortemente atuante na política. Ele criticava os extremos, tanto por parte da Direita quanto pela Esquerda. Também era contra a política externa dos EUA, como a oposição de Reagan aos sandinistas, táticas do Bush e guerra às drogas no México.

Uma frase muito forte e famosa foi a que ele disse certa vez quando foi barrado de viajar para Nova Iorque para uma festa de lançamento de livros, ele declarou: “As bombas reais são meus livros, não eu”. Fuentes era uma ameaça tão forte sob o ponto de vista dos norte-americanos que, em 2013, foi descoberto um arquivo do Departamento Federal de Investigação (FBI) que estudava seus movimentos. O motivo eram suas tendências comunistas e críticas à Guerra do Vietnã.

 

A literatura de Carlos Fuentes

“A Região Mais Transparente” fala de Federico Robles, um homem que abandonou suas filosofias revolucionárias para ser um empreendedor — sob um molde repleto de monólogos e epifanias; ainda que sobre a corrupção e a desigualdade no México. Já “A morte de Artemio Cruz” é sua história mais popular. Começa com a morte de Cruz e é composto de flashbacks, semelhante a Citizen Kane, de Orson Welles.

Fuentes foi associado a Balzac porque também agrupou seus romances em grupos sendo que quase todas as suas obras tinham algo em comum: história, estudo do poder e análise de problemas sociais. 

A obra “A Cadeira da Águia”, publicada em 2003, retrata o México de 2020. Já que acabamos de entrar nesse ano, que tal conferir as previsões do autor e acessar uma entrevista com ele relacionada ao romance? 

 

 

Colaborador Beco das Palavras
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