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A impulsividade o talento literário de Alexander Pushkin

Alexander Pushkin é um símbolo da cultura russa. De personalidade muito geniosa, ainda assim produziu obras engajadas, além de poemas românticos.

 

Literato e persona non grata 

Alexander Pushkin é considerado o maior poeta russo do Romantismo. Nasceu em 1799, em Moscou. Era filho de nobres e aos 15 anos de idade publicou seus primeiros versos. Caso você encontre versos em francês cuja autoria é de Pushkin, isso se deve ao fato de que ele aprendeu primeiro francês, depois russo, por causa dos seus tutores.

O poema que ele publicou aos 15 já foi o suficiente para ele obter reconhecimento no meio literário, mesmo antes de ele se graduar no Liceu Imperial russo. Seu estilo, desde o começo, era bem original, mesclando drama, romance e sátira.

À medida que Pushkin se tornava um adulto, mais ele se aproximava das causas sociais. Depois que se tornou um porta-voz de radicais literários, escrevendo “Ode à Liberdade”, o Governo o fez se mudar para Cáucaso e posteriormente ele se tornou maçom.

Em sua nova moradia e como integrante de uma sociedade secreta, o russo se envolveu na guerra dos gregos contra os turcos otomanos, mantendo um diário onde registrava vários eventos do levante — um importante documento histórico.

Aos 25 anos, ele voltou para a Rússia por ter desagradado o Governo novamente. Nesse período ele escreveu um dos seus dramas mais famosos, “Boris Godunov”. Surpreendentemente, o escritor ainda conseguiu trabalhar como Conselheiro Titular dos Arquivos Nacionais do czar Nicolau I que, por outro lado, censurava suas obras.

Em 1830 ele conhece Natalia Goncharova, que se torna sua esposa no ano seguinte e com quem tem quatro filhos. Poucos anos depois, já endividado e sofrendo com boatos de que sua mulher o traía com o seu cunhado, ele passou a se envolver em duelos com o possível amante. Um deles o matou, com uma bala no abdômen, aos 37 anos. Esse duelo ficou para a história da Rússia, transformando-se em um mito.

Pai da literatura russa e negro

Pushkin nasceu em uma família abastada e muito próxima dos imperadores russos. Mas sua descendência não possui raízes russas, mas sim africana.

O bisavô materno de Pushkin era Abram Petrovich Gannibal (1696-1781), o primeiro intelectual negro da Europa.

Em 1703 Abram foi capturado e vendido ao sultão de Constantinopla,  Gannibal foi levado a Rússia como presente ao Czar Pedro, o Grande. Pedro o libertou, o adotou e o pôs para viver na corte como seu afilhado. Aos vinte anos, Abram Petrovich foi enviado a Paris para concluir seus estudos, se formando em engenharia militar. Na época em que viveu em Paris, conheceu Voltaire, Montesquieu e Diderot, entre outros pensadores, que o chamavam de “estrela negra do iluminismo”.

Assim como o bisavô Alexander Pushkin era negro e alguns amigos gostavam de dar presentes produzidos na Africa, que Pushikin guardava em sua biblioteca, onde trabalhava (alguns dos artefatos continuam em exposição no museu de Pushkin em São Petersburgo).

 

Alexander Pushkin e o legado

Nikolai Gogol foi um dos autores que mais se inspiraram nas obras dele, além de Dostoiévski e Tolstoi. Eles se tornaram amigos quando Alexander tinha 32 anos. Gogol o inspirava em algumas obras e vice-versa, a exemplo da obra “Almas Mortais”, de Nikolai, cuja ideia central veio da mente de Pushkin.

Os críticos literários afirmam que a obra de Alexander representa um caminho que parte do Neoclassicismo, passando pelo Romantismo até alcançar o Realismo. Com seus escritos, ele demonstrava uma habilidade de criar contrariedades que embora parecessem românticas, eram, na verdade, subversivas.

Ele marcou também a música russa. Vários compositores comsagrados, como Tchaikovsky e Rachmaninoff, basearam suas obras em Pushkin. O romance “Boris Godunov” originou umas óperas russas mais refinadas. 

A obra prima

Eugene Onegin é o livro mais famoso. Trata-se de um romance em versos sobre Eugene, um jovem dândi entediado com a vida. Ele tem um amigo, Lensky, que o leva para um jantar onde conhece Tatiana, que se apaixona por Eugene. Mas ele se interessa pela sua irmã, o que gera um conflito com o seu amigo e que acaba em um duelo.

A história foi adaptada para vários formatos artísticos, como ópera, balé, dança contemporânea, música, filme e até mesmo um livro em espanhol. Dessas adaptações, a mais recente foi a dança, que se chama “Tatyana” e estreou aqui no Brasil em 2011.

Pushkin está para a Rússia assim como Shakespeare está para a Inglaterra. Ainda curioso(a) sobre esse ícone da literatura?  Este portal de cultura russa criou um post super interessante sobre fatos pessoais do escritor, acesse!

 

Colaborador Beco das Palavras
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