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A Ilíada de Homero e suas questões universais

Já falamos sobre Homero por aqui e também, sobre suas grandes obras. Desta vez, não falaremos do autor, mas sim de sua A Ilíada, um livro que narra uma das maiores guerras que o mundo grego já viu (ou imaginou) “A Guerra de Troia”.

Apesar de ser um texto conhecido e comemorado, tanto o fato que inspira a obra quanto o seu próprio autor, por alguns historiadores é considerado produto de imaginação. Outros acreditam que os textos que compõe o livro foram resultados de narrativas isoladas que foram reunidos sob o nome de Homero, para conferir identidade e autoridade à obra.

Apesar das questões em relação a veracidade da guerra, no período que, supostamente aconteceu, era um momento em que os gregos realmente estavam disputando território por causa das jazidas de estanho, ou seja, existem determinados pontos que lançam um véu de possibilidades sobre a possiblidade de realmente ter acontecido.

 

Quais são as intenções da Ilíada

Como qualquer livro, mesmo com tantas conjecturas e questionamentos acerca de sua veracidade, a intenção do livro é bem clara e muito bem definida e tem como finalidade apresentar um determinado modelo de homem que deve ser imitado pelos gregos.

Além disso, podemos perceber em suas entrelinhas, o ideal do bom guerreiro e do belo, uma prova disso é um dos personagens centrais da trama, Aquiles, que tem como papel, tanto na peça em si, quanto na sua razão de existir ali, um exemplo para ser seguido.

 

Por trás da história de A Ilíada

Como dito acima, um livro pode, discretamente, apresentar um ensinamento ou até mesmo, apresentar uma posição diante de alguma situação, por isso, a intenção desse texto não é de apenas levar ao conhecimento o lado histórico da obra de Homero como também, seu valor mitológico.

Você provavelmente já deve ter assistido ao filme “Troia”, lançado em 2004 pela Warner  Bros., e estrelado por Brad Pitt no papel de Aquiles, Eric Bana de Heitor, Orlando Bloom, de Páris e Diane Kruger no papel de Helena. Se não assistiu e se interessou, cuidado, logo mais virão alguns spoilers.

No filme a guerra de Troia começa quando Páris decide levar para Troia, Helena. Até aí, tudo bem, afinal de contas, que mal tem levarmos alguém para algum lugar? Bom, quando solteira, nenhum, mas no caso de Helena, era casada com Menelau, que era irmão de Agamemnon que queria sair conquistando todo e qualquer pedaço de terra.

Troia tinha fama de inexpugnável e, mesmo assim, Agamemnon queria tentar a sorte e conquistar aquela cidade. Apesar de ser um conquistador, Agamemnon não saia atacando sem mais nem menos, era preciso uma razão. E foi exatamente o que Páris lhe entregou de mãos beijadas.

 

Agora a história que não vemos no filme

Nem sempre é possível termos um panorama completo em um filme que foi adaptado de um livro. Por isso, ao assistir Troia de 2004, não vemos o que ocasionou esse sentimento avassalador que levou corações adultos a se comportarem como duas crianças apaixonadas.

Segundo relatos, houve uma disputa entre, Hera e Afrodite, onde queriam saber qual era a mais bela, como juiz estava o jovem Páris que deu o título para Afrodite. Lisonjeada com a vitória, Afrodite quis agradecer ao jovem príncipe oferecendo a mão da mulher mais bela de toda Grécia: Helena. A deusa só esqueceu de mencionar que a mulher mais bela da Grécia, estava casado com o rei mais poderoso.

 

As profecias que não foram cumpridas 

Outro informação que não temos no filme é o fato do fim de Troia já ter sido previsto por Cassandra, irmã de Heitor e Páris. Assim que Páris nasceu, foi profetizado que ele traria a queda de Troia. Seu pai, temendo por esse dia, decidiu evitar esse dia tirando a filha de seu filho.

No entanto, por causa de uma série de encontros e desencontros, o garoto acabou sobrevivendo e voltou para o palácio de seu pai, que o acolheu sem pestanejar. Enfim, os dois acabaram se apaixonando e fugiram para Troia, o rei Menelau foi até os portões de Troia e reclamou sua esposa, no entanto, não conseguiu tê-la novamente.

Sentindo-se ofendido, Menelau retorna para seu castelo e solicita apoio ao restante da confedereção de cidades-estados. Agamemnon que tinha intenções com o território de Troia, viu naquele momento a oportunidade que precisava para conquistar o território e armou a maior esquadra de navios que o mundo já vira e, ao seu lado estava, Aquiles.

 

Um dos grandes heróis da Guerra de Troia

Aquiles é visto como um grande guerreiro, porém, como Perseu, também é um semideus, filho da deusa Tétis com um mortal. Assim que nasceu, sua mãe, preveu seu futuro e decidiu banhar o filho nas águas do mar Estige para lhe garantir imortalidade.

Você já deve ter ouvido a expressão “calcanhar de Aquiles”, essa expressão nasceu justamente pela fragilidade do calcanhar do herói, já que, para mergulhá-lo nas águas do mar, sua mãe precisou segurá-lo por ali. 

Mesmo assim, Aquiles se tornou um dos maiores guerreiros da Grécia e, quando adulto, com a chegada da guerra de Troia, foi-lhe revelado que morreria na guerra caso participasse e, caso não, poderia ter uma vida longa e tranquila, no entanto, o jovem guerreiro preferia ter uma vida curta, mas com seu nome ecoando pela história.

Aquiles tinha um discípulo que era seu parente e o estimava muito, Pátroclo. Quando Agamemnon capturou uma das virgens do templo de Apolo, Criseida, Aquiles se apaixonou e se rebelou contra o rei. Agamemnon acabou entregando a mulher para o herói que deixou de lutar na guerra.

Pátroclo ainda continuava na batalha e decidiu usar a armadura de seu primo. E foi aí que Heitor, um dos grandes heróis troianos travou a batalha imaginando que ele seria realmente o herói. Ao saber da morte de seu parente, Aquiles volta para a batalha, desafia Heitor e além de assassinar o herói, como vingança fica com seu corpo.

Príamo, o rei de Troia, desce de seus muros e vai até o acampamento de Aquiles e, em um gesto corajoso e reclama o corpo do filho para realizar os ritos fúnebres. Aquiles atendeu o pedido do rei e ainda, não retornou mais à guerra para a fúria de Agamemnon. Os gregos sofreram grandes baixas e durante alguns momentos, muitos acharam que os deuses estavam contra eles.

 

A queda de Troia

Já haviam se passado dez anos do cerco de Troia e os soldados inimigos começavam a apresentar forte desânimo. Pelo menos até Odisseu ter uma ideia mirabolante que poderia ajuda-los a conquistar o que tanto almejavam.

Odisseu persuadiu Aquiles a regressar à guerra e os gregos passaram a desmontar alguns navios para utilizar a madeira para a construção de um enorme cavalo de madeira. E quando terminado, lá estava diante dos portões de Troia, um presente dos gregos, um cavalo de madeira.

Os troianos aceitaram o presente dos gregos e levaram para dentro de suas muralhas. Ao anoitecer, os gregos saíram de seu esconderijo e tomaram toda cidade. Menelau foi atrás de sua amada, mas ela havia fugido. Já, Páris, acabou sendo morto em combate.

Aquiles também acabou morrendo dentro dos muros de Troia, após ser ferido por uma flecha em seu calcanhar. Agamemnon conseguiu aquilo que conseguia, e Odisseu, tentou regressar para sua amada Ítaca, mas devido ao seu espirito selvagem e rebelde, acabou vagando pelo mar mais dez anos.

E assim, chegamos ao final de uma guerra que durou dez anos. Onde os gregos ficaram ao derredor de uma fortaleza que conseguiu sobreviver todo esse tempo, a partir de seus armazéns. Agora, se é verdade ou não, somente a memória do mundo para contar, como também, se realmente existiu um poeta como Homero que imortalizou, não somente heróis, mas também, um livro inteiro.

 

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Colaborador Beco das Palavras
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