Olá, pessoas!
Aqui estou eu, com um novo desafio literário. Pensei várias vezes antes de fazer uma lista para 2019. Não é por ter desanimado com as leituras, nada disso, mas é por medo de assumir um compromisso comigo mesma e com o blog que talvez não conseguisse cumprir, como foi em 2018, e isso é meio frustrante.
Mas estou 100% comprometida com minha meta de ler apenas livros escritos por mulheres e, por isso, pensei que seria necessário ter uma lista para 2019 também, como forma de motivar a mim mesma a buscar autoras novas e compartilhar aqui no blog, a fim de incentivar vocês também.
Para não correr o risco de me atrapalhar com o tempo novamente, decidi diminuir a lista desta vez. Serão apenas seis autoras, que vou ler ao longo do ano e não uma por mês, como organizei nos últimos dois anos. Confesso que fiquei um pouquinho chateada por diminuir a lista, pois especialmente para este desafio queria que fosse o mais abrangente possível, mas considerando que no início de 2019 ainda estou lendo os livros que ficaram pendentes do desafio de 2018, além de leituras de assuntos que preciso estudar, seis é um número razoável e que (acredito) vou dar conta. É melhor não tentar abraçar o mundo.
Então vamos lá, falar sobre a lista de 2019. Quem acompanha o blog, ou me acompanha em outros lugares dentro e fora da internet sabe que desde 2017 estou focada em ler livros escritos por mulheres. Já falei sobre esse assunto AQUI. Em 2017 fiz uma lista para começar esse processo de leitura, com autoras aleatórias, que queria ler ou reler. Em 2018 percebi minha defasagem em ler autoras negras e fiz uma lista específica, que, como falei, estou terminando só agora. Para 2019 decidi ser específica novamente e ler autoras latino-americanas. E por quê? Percebi ser mais uma defasagem na minha formação como leitora e acredito que é assim para a maioria de nós.
Vamos fazer um teste. Se eu te pedir para citar dez grandes nomes da literatura latino-americana, quais nomes você falaria? Posso apostar que, primeiro, a maioria das pessoas não incluiria nenhum nome brasileiro, porque, em geral, temos essa ideia de que Brasil não é América Latina. Segundo, provavelmente não haveria mulheres na lista. Ou talvez uma ou duas. Não estou julgando ninguém, até há pouco tempo, eu também não teria incluído nenhuma mulher nessa lista de dez nomes, por nem conhecer. Hoje em dia incluiria três ou quatro, por não conhecer muitas mais. Mas quero mudar essa situação e, por isso, me propus a ir atrás de livros escritos por mulheres latino-americanas. Mais do que isso, me proponho a compartilhar essas leituras aqui no blog, como sempre faço, como forma de incentivar vocês a irem atrás também dessas e outras autoras.
Acho que já comentei aqui sobre meu amor pela América Latina, acredito muito no potencial que temos, se unirmos nossas forças. Digo nós, porque obviamente não descarto o Brasil desse grupo. Acredito na força da integração latino-americana e penso que as expressões artísticas e literárias têm um importante papel em tudo isso. É outra razão para criar essa lista para 2019: quero conhecer mais sobre a história e a cultura do nosso rico continente, quero me aproximar mais e acho que todos nós deveríamos fazer isso, pois ajudaria muito a entender nossa própria história como país.
Pois bem, dito isso, compartilho os critérios que usei para montar a lista.
1 – A primeira coisa que levei em consideração foi incluir livros que tivessem tradução para o português, já que a ideia é motivar vocês a lê-los também e sei que ninguém é obrigado a saber outro idioma. Honestamente? Não foi uma tarefa fácil. É aí, logo de cara, que vemos a grande defasagem que temos. Tantos livros traduzidos dos mais diversos idiomas e pouquíssimos (pelo menos escritos por mulheres) do idioma de países vizinhos ao nosso. Triste. Da lista de 06, apenas dois não encontrei tradução para o português, mas não quis descartá-los por dois motivos: primeiro, não é que eu tenha encontrado muito mais opções de traduzidos e, segundo, é o seguinte critério:
2 – Obviamente, precisariam ser livros que tenho interesse em ler. Encontrei alguns que tinham tradução, mas que não despertaram tanto meu interesse como esses dois que não tinham, então decidi deixá-los na lista, afinal de contas, é minha lista pessoal e quero muito lê-los. Se no meio do caminho eu descobrir que há alguma tradução deles perdida por aí, aviso para vocês.
3 – O último critério foi escolher autoras inéditas para mim, que eu nunca tivesse lido nada escrito por elas. Por esse motivo, não incluí nenhuma escritora brasileira ou colombiana, já que tive a oportunidade de ler algumas escritoras dessas nacionalidades e queria dar a chance a autoras que nunca tivesse lido, de outros países.
É evidente que muitas autoras e muitos países ficaram de fora, mas eu precisava que fosse uma lista de apenas seis. Tenho outra lista, das que ficaram de fora, mas que também quero muito ler e eventualmente vou atrás delas. Prometo que vou compartilhar essa lista com vocês também, em algum momento durante o ano. Quem sabe não rola uma segunda parte desse desafio? Se vocês tiverem recomendações, também podem me contar aí nos comentários.
Por fim, vamos à lista:
1 – El fin de la historia – Liliana Heker
2 – No tempo das borboletas – Julia Alvarez
3 – Nós que amávamos tanto – Marcela Serrano
4 – Ninguém me verá chorar – Cristina Rivera Garza
5 – A lo largo del corto camino – Yolanda Oreamuno
6 – Ifigenia – Teresa de la Parra
Não defini como leituras mensais, mas a ideia é, sim, ler um livro por mês, após finalizar os pendentes de 2018. Acredito, então, que vou começar o desafio de 2019 lá para março ou abril. Como sempre, não vou comentar sobre a escolha dos livros e autoras agora, farei isso ao longo do ano, a cada leitura.
Como vocês vão notar, não há nenhuma autora negra nessa lista. Entre as que encontrei, com livros possíveis de ter acesso estando no Brasil, a maioria era colombiana (algumas que já conheço) ou brasileira. Na minha busca por escritoras negras latino-americanas, um nome que apareceu várias vezes foi a cubana Teresa Cárdenas, que li no desafio de 2018. Então, na tentativa de manter os critérios citados acima, decidi manter a lista assim mesmo. Também porque há outras leituras que quero fazer durante o ano, paralelas a esse desafio, que me permitirão não ler apenas mulheres brancas (como Octavia Butler, Djamila Ribeiro, Angela Davis, etc.). Me dei conta de que temos duas defasagens e dificuldade de acesso: ler mulheres latino-americanas e, mais do que isso, ler mulheres negras latino-americanas.
Espero que esse novo desafio animem e inspirem vocês a lerem mais livros escritos por mulheres e a dar uma atenção especial à nossa literatura latino-americana.
Nos lemos em breve!
Ahh! Que linda a sua proposta pra esse ano! Vou adorar saber suas impressões ao longo do ano sobre essas 6 leituras. Não conheço nenhuma delas, mas, como você disse, e também me identifico, há uma defasagem de conhecimento sobre autoras latino-americanas
Que bom que você gostou da proposta, Isa! Estamos na mesma sobre conhecer essas autoras, conheci superficialmente agora que fui pesquisar pra fazer a lista. Mas com as leituras vai dar pra conhecer um pouquinho mais e vou compartilhar aqui, com certeza. Um abraço!