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Cinquenta tons de cinza

Sei que ao final desta resenha poderei ser crucificado por fãs xiitas que esse livro deve atrair, entretanto acredito que alguns outros possam vir me agradecer por tentar avisar. Como devem ter percebido, infelizmente, não vou conseguir falar muito bem deste livro mesmo que consiga visualizar algumas qualidades. Cinquenta Tons de Cinza (Intrinseca, 2012) é um fenômeno e sempre tenho medo ao ler livros que se enquadram neste padrão, mas sinceramente esperava que esse tivesse seu sucesso justificado.

Como todos devem saber, o livro surgiu através de uma fanfic da série Crepúsculo, onde tive a coragem de ler seu primeiro livro e parei por ai. Pela experiência em ambas leituras afirmo que os motivos que me fizeram abandonar a série sobre vampiros brilhantes também estão presentes aqui. Esses motivos são pessoais, e sei que alguns certamente discordarão e respeito suas opiniões.

Os personagens e a trama criada por E.L. James não possuem uma profundidade que considero adequada para desenvolver, no mínimo, minha simpatia por eles. As inseguranças e mistérios presente em Anastasia e Christian beiram o limite do suportável e não são bem desenvolvidas. Não há descrição física ou em relação aos dotes de Anastasia o que torna um pouco difícil visualizar o que a fez se tornar irresistível para Christian, vocês podem ate achar essa frase um tanto machista, entretanto não há nem muita explicação sobre os motivos, mesmo que não fosse estritamente físico, para tal atração. Desta forma posso classificar o livro como um conto de fadas moderno insosso, entretanto carregado de pimenta.

Em outras criticas sobre o livro que tive a oportunidade de ler é unanime a informação que o livro não atrai aos homens e que as cenas envolvendo sexo são aquelas que tornam a leitura mais agradável. Até concordo, mas com ressalvas, mesmo essas cenas possuem a características e descrições restritas a uma visão feminina de uma relação sexual, sem querer generalizar, mas já o fazendo, perfeita onde a mesma consegue atingir o orgasmo sempre e diversas vezes em uma noite. Realmente o livro não foi feito para o publico masculino e mesmo sendo um tanto duro nas críticas, consigo visualizar os motivos que o tornaram um sucesso, mas encerrarei minha discussão sobre assunto aqui, pois se começar a falar sobre os inúmeros clichés presente no livro esta resenha não terá fim. Em todo caso se trata de uma trilogia, e sendo assim espero que nos próximos livros essas questões que levantei, principalmente envolvendo os personagens, sejam melhores trabalhadas, pois ainda há tempo para isso.

Não vou abandonar a leitura da trilogia devido a esse primeiro volume frustrante, mas espero que consiga abaixar um pouco suas expectativas em relação à obra desta forma você pode até ter uma experiência diferente da minha. Sendo assim continuarei a revirar os olhos (rs) em relação a livros que causam um frenesi de grandes proporções no mundo literário, aconselho a fazerem o mesmo.

 

Luciana
Jornalista e editora, mestre em rádio e televisão.

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