Os Três Mosqueteiros


Os Três Mosqueteiros
(Alexandre Dumas, Ed Zahar) é considerado clássico há décadas, mas faz poucos anos que ganhou uma nova edição brasileira que vale a pena ter em casa.  Em 2010 a Zahar lançou uma edição comentada e ilustrada da obra de Dumas, que há muitos anos não se encontrava por aí, para fazer companhia com a belíssima edição de O Conde de Monte Cristo (também de Dumas).

O livro conta a história de D’Artagnan, um jovem de 19 anos que deseja entrar para os mosqueteiros (guarda especial que trabalhava para o rei da França). Valente, destemido e com pavio curto, D’Artagnan se acha muitas vezes superior as pessoas, o que o faz entrar em algumas brigas no decorrer de sua viagem à Paris (e também durante sua estada).

Ao chegar em Paris, o jovem acaba por descobrir que ser um mosqueteiro não é nada fácil, para isso é preciso trabalhar duro e provar seu valor, mas recebe ajuda de um amigo de seu pai (amigo esse que é chefe dos mosqueteiros) que lhe consegue uma vaga como guarda em outro destacamento, ajudando assim com um emprego e o primeiro degrau para o caminho que deseja alcançar.

É no primeiro dia em que Paris que nosso jovem guarda conhece os três mosqueteiros que dão título ao livro (apesar de D’Artagnan ser o principal), Athos (sensato e reservado), Porthos (o fanfarrão) e Aramis (o galã do grupo). Os três são grandes amigos e em pouco tempo, apesar de alguns desentendimentos, incluirão D’Artagnan ao grupo de amigos inseparáveis.

A história do livro em si, é como D’Artagnan se tornará um mosqueteiro, e Isso não seria possível sem a ajuda dos seus amigos. Durante todo o livro veremos como o caráter do jovem é moldado (ou não) pelos amigos e como utiliza sua inteligência para resolver seus problemas e seu poder de liderança.

O que mais me encantou no livro foi a honestidade. Existem evidências de que os quatro mosqueteiros realmente existiram, mas nem todos devem ter se conhecido (é provado que D’Artagnan e Porthos trabalharam juntos, mas Athos morreu cedo, aos 18 anos), mas todos foram mosqueteiros. Mas isto nem é a parte honesta do livro, mas sim o modo de vida dos quatro guardas, que solteiros e sem famílias, eram mulherengos (com exceção de Athos), beberrões e gastadores. Em várias partes do livro encontramos nossas personagens sem dinheiro, bebendo aos cântaros e pedindo dinheiro à suas amantes para se manterem (e nas notas do livro informam que era normal os homens terem amantes para se sustentarem). A falta de dinheiro é relatada do início ao fim do livro.

O livro é divertidíssimo. As aventuras empolgantes e os momentos de pobreza (onde eles saem loucos atrás de dinheiro e comida) hilários. Seus personagens são carismáticos e, mesmo quando eles fazem besteira ficamos do lado deles (como na parte em que Athos perde dinheiro e até o cavalo de D’Artagnan no jogo, sobrando só às rédeas).

As ilustrações são belíssimas e vieram para enriquecer a obra, nos levando de volta no tempo e nos dando uma ideia de como eram as personagens para Dumas e todos os leitores da época. O trabalho de revisão e acabamento do livro, impecável. Não encontrei nenhum erro no livro e a capa é linda. Uma obra que vale a pena ler e uma edição que merece termos em casa.

Luciana
Jornalista e editora, mestre em rádio e televisão.

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