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quem foi Bezerra da Silva

O poeta operário: 

Bezerra da silva foi um importante compositor, violonista, percussionista, violonista e intérprete brasileiro, sendo um dos mais influentes artistas dos gêneros samba e coco, principalmente o samba do tipo partido-alto.

Ele sempre representou o samba marginalizado, sendo considerado um “poeta do morro” ou então, como em uma das suas canções, o poeta operário. Por isso, por muitas vezes não tinha o reconhecimento que merecia. Neste artigo falaremos um pouco mais sobre a sua trajetória de vida, confira!

 

Juventude

Apesar de ter feito história no Rio de Janeiro, José Bezerra da Silva nasceu em Recife, no dia 23 de fevereiro de 1927. Desde a sua infância lá no Recife ele sempre esteve muito ligado ao mundo musical, e sentia que tinha o dom de tocar. Porém, isso acabava criando certos atritos com sua família. 

Seu pai era da Marinha Mercante, e saiu de sua casa quando Bezerra ainda era pequeno. Ele foi morar no Rio de Janeiro e, quando Bezerra ingressou e foi expulso da Marinha, descobriu onde o seu pai morava e foi atrás dele.

Durante essa fase de sua vida morou com o seu pai mas, por causa dos atritos com o mesmo acabou indo morar sozinho, no Morro do Cantagalo. Lá ele trabalhou como pintor em construção civil e ao mesmo tempo era instrumentista de percussão, entrando logo de cara em um bloco carnavalesco.

 

Fase na rua e reencontro na religião

Durante mais ou menos 7 anos da sua vida ele morou nas ruas de Copacabana. Nesse período ele tentou se matar, mas acabou sendo encontrado por um Santo de Umbanda. Foi a partir daí que ele começou a se encontrar na religião e mudar o rumo de sua vida.

Os santos de Umbanda indicavam que o seu destino era sim a música, e ele ouviu a sua fé e seguiu o caminho da arte. Parou de procurar trabalho na área da construção civil e passou a trabalhar como compositor, instrumentista e compositor.

 

Carreira musical

Bezerra da Silva só gravou o seu primeiro compacto no ano de 1969 e o seu primeiro LP seis anos depois. No início ele gravou alguns cocos sem muito sucesso, mas a partir da série Partido Alto Nota 10 ele passou a finalmente encontrar o seu público.

O repertório de seus discos passou a ser abastecido por autores anônimos (alguns usando codinomes para preservar a clandestinidade) e Bezerra notabilizou-se por um estilo “Sambandido” (ou Gangsta Samba), precursor mesmo do “Gangsta Rap” norte-americano. 

Antes do Hip Hop brasileiro, ele passou a transmitir do outro lado da trincheira da guerra civil não declarada: “Malandragem Dá um Tempo”, “Seqüestraram Minha Sogra”, “Defunto Cagüete”, “Bicho Feroz”, “Overdose de Cocada”, “Produto estrangeiro”, “Malandro Não Vacila”, “Meu Pirão Primeiro”, “Lugar Macabro”, “Piranha”, “Pai Véio 171”, “Candidato Caô Caô”.

Em 1995 gravou pela Sony “Moreira da Silva, Bezerra da Silva e Dicró: Os Três Malandros In Concert”, uma paródia ao show dos três tenores, Luciano Pavarotti, Plácido Domingo e José Carreras. O sambista virou livro em 1998, com “Bezerra da Silva – Produto do Morro”, de Letícia Vianna.

 

Últimos anos

No ano de 2001, Bezerra da silva se converteu ao evangelho na Igreja Universal e já se preparava para fazer um CD apenas com músicas cristãs. Muitos indicam que essa mudança repentina na vida de Bezerra da Silva se deve ao de uma tragédia com seu filho, mas ninguém sabe ao certo.

Ele sofria de alguns problemas de saúde, mas seguia em atividade. Por isso, em 2005, bem perto da sua morte, ele participou de algumas composições junto com alguns grupos como Planet Hemp, O Rappa e outros nomes famosos da música nacional.

Porém, no dia 17 de janeiro de 2005 Bezerra nos deixou. Com 78 anos, sofreu de falência múltipla dos órgãos e deixou um herdeiro e sua esposa. A sua última ironia foi exatamente a data de sua morte, que coincide no número 171.

 

Colaborador Beco das Palavras
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