Renoir

Pierre-Auguste Renoir foi um pintor inovador que nasceu no dia 25 de fevereiro de 1841, na cidade de Limoges na França. Renoir foi o sexto filho de um alfaiate e de uma costureira, o que demonstra sua infância humilde, além disso, dois de seus irmãos mais velhos faleceram quando bebês. A família acabou se mudando para Paris, nas proximidades do Louvre, por volta de 1844 a 1846 e foi nessa época que Renoir, o pintor, iniciou seus estudos em uma escola católica local.

O primeiro contato que Renoir teve com a pintura foi em sua adolescência, quando começou a trabalhar de aprendiz para um pintor de porcelana. Foi nesse momento que aprendeu a copiar e decorar pratos entre outros tipos de louças. 

Renoir, para conseguir aumentar seus ganhos, passou a realizar outros tipos de serviços utilizando-se de pintura decorativa. E dividia seu tempo com as aulas de desenho livre que frequentava em uma escola de arte patrocinada pela cidade e tinha como professor o escultor Louis-Denis Caillouette.

Uma das grandes formas de aprendizagem utilizada pelo pintor foi à imitação. Aos 19 anos, Renoir começou a estudar as obras que contemplava no Louvre e tentava reproduzi-las. Em 1862 ingressou em uma famosa escola de arte: Ecole des Beaux-Arts, onde se tornou aluno de Charles Gleyre e, através deste, pode fazer amizades com outros artistas emergentes da época, entre eles, Monet.

Início da carreira profissional de Renoir

 

Em 1864, Renoir teve uma de suas obras aceitas e expostas no Salão de Paris, a pintura, “La Esmeralda” inspirada em uma personagem de O Corcunda de Notra-Dame de Victor Hugo. Em 1865 foi a vez de expor outra de seus trabalhos, desta vez foi exibindo um retrato do pai rico de Alfred Sisley, William Sisley.

Apesar de suas obras começarem a chamar atenção do público, Renoir precisava contar com a ajuda da bondade de seus amigos para viver. Chegou até mesmo a fazer retratos para conseguir garantir seu sustento. Mas, na maioria das vezes, dependia da ajuda de seus mentores, patronos e amigos.

Como por exemplo, o artista Jules Le Coeur e sua família que posicionou-se como defensores do jovem artista e também, seus amigos que sempre estavam por perto, Monet, Bazille e Sisley. Segundo algumas biografias do pintor, ele não contava com endereço fixo, algo que comprova suas dificuldades de se estabelecer com seus trabalhos.

Foi por volta de 1867 que Renoir conheceu sua modelo, Lisa Tréhot que ajudou a criar obras como: Diana e Lise. Além disso, segundo alguns relatos, existiu um envolvimento amoroso entre os dois que gerou uma filha, Jeanne, porém, que não foi reconhecida publicamente.

No ano de 1870, Renoir foi forçado a fazer uma pausa em sua carreira para servir o exército da França contra as forças alemãs. Foi encaminhado para a cavalaria, porém, não foi para a linha de combate devido a uma disenteria que o acometeu, diferente de seu amigo Bazille que acabou caindo em combate no mesmo ano.

 

Líder do impressionismo

 

A guerra chegou ao fim no ano de 1871, quando retornavam para casa, Renoir, Pissarro, Monet, Cézanne e Edgar Degas tiveram a ideia de realizarem uma exposição por conta própria em Paris. E foi em 1874 que todas as obras desses artistas foram expostas iniciando a primeira exposição dos impressionistas.

O nome do movimento acabou se dando devido ao fato de alguns críticos chamarem as obras como “impressões” em vez de pinturas finalizadas através dos métodos comuns da época. Renoir, entre outros, adotaram uma paleta de cores mais brilhante e trouxeram aos seus quadros a sensação de calor, além de utilizar técnicas diferentes de pinceladas.

Apesar do time de pintores reunidos no primeiro encontro do impressionismo, a exposição não fez tanto sucesso e Renoir se viu forçado a buscar novos clientes para impulsionar sua carreira. Acabou encontrando Georges Charpentier e sua esposa Marguerite, ele, um rico editor que proporcionou novos contatos para Renoir que acabou conhecendo escritores emergentes.

 

Sucesso internacional de Renoir

Financiado pelas comissões que recebeu, Renoir decidiu realizar algumas viagens em busca de inspiração. Em 1880, visitou Argélia, Itália e ainda passou um tempo no sul da França. Durante o tempo que permaneceu na cidade de Nápoles, investiu seu tempo no famoso retrato do compositor alemão, Richard Wagner.

Conforme sua fama ia crescendo, Renoir conseguiu se estabelecer e acabou se casando com sua namorada de longa data, Aline Charigot no ano de 1890. Essa mesma namorada lhe serviu como modelo para algumas de suas obras, depois de casa e mãe de seus filhos, foi a inspiração do quadro “Mãe que amamenta sua criança” de 1886. Mas este não foi o único quadro inspirado em sua família e filhos.

Conforme os anos foram passando, Renoir começou a lutar contra uma doença que se apossava de seu corpo cada vez mais: o reumatismo. Suas pinceladas exigiam muito do artista e por isso, pintar era uma luta constante durante todo o resto de sua vida.

 

Últimos anos de Renoir

 

No ano de 1907, Renoir decidiu comprar um terreno em Cagnes-sur-Mer, ali, foi construída uma mansão para sua família. O pintor continuou a pintar seus quadros quando podia, porém, o reumatismo já havia desfigurado suas mãos, além disso, no ano de 1912, Renoir foi vítima de um derrame que lhe deixou em uma cadeira de rodas.

O artista tentou continuar trabalhando com a ajuda de assistentes e também, tentando esculpir. Apesar das dificuldades e de sua saúde, Renoir viveu o suficiente para presenciar a compra de suas obras pelo Louvre, uma grande honra para qualquer artista, ainda mais quando esse artista ia até o museu para copiar e aprender com os grandes mestres.

Isso aconteceu em 1919, mesmo ano que faleceu em sua mansão, em dezembro. Foi enterrado em sua cidade natal Essoyes, França ao lado de sua esposa que havia falecido em 1915. Renoir deixou mais de 200 obras de artes e também, serviu de inspiração para outros nomes da pintura, entre eles: Pablo Picasso.

 

Luciana
Jornalista e editora, mestre em rádio e televisão.

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