Atualmente, temos uma verdadeira invasão de autores no mundo inteiro devido aos avanços da tecnologia que tem facilitado cada vez mais a autopublicação. Uma das empresas mais importantes e que comporta um grande número de autores, sem dúvida alguma é a Amazon.
Algumas livrarias partiram para esse tipo de prestação de serviço, buscando conquistar uma fatia do mercado digital literário, no entanto, nem as maiores livrarias brasileiras foram páreas para a gigante americana que conta com toda uma estrutura e um ótimo arsenal promocional para suas publicações.
É uma forma muito estranha para começar a falar sobre um dos clássicos mais queridos do mundo literário, porém, é mais para lhe dar uma ideia do passo gigantesco que existe entre o romantismo do livro físico e o livro digital. Os clássicos, independente de onde sejam lidos, jamais deixarão de ser o que são.
Devido ao teor de suas palavras, a qualidade insuperável de seus criadores, por serem desbravadores de um mundo que durante muito tempo, teve somente o rádio e os livros durante muito tempo como forma de entretenimento, não necessariamente nesta ordem.
Vamos falar sobre Um conto de duas cidades
Quando peguei esse livro em mãos, lembro até hoje, um dos primeiros exemplares de uma coleção de clássicos elaborada por um jornal que não me recordo no momento. Foi uma coleção que podemos chamar de luxuosa. Capa dura, séria, charmosa, com letras douradas. Passei a imaginar aquela coleção em minha estante e passei a fazê-la, infelizmente, não pude adquirir todos.
Mas, entre eles estava Charles Dickens, um autor até então desconhecido para mim. Como não compro meus livros para ler no dia seguinte, cozinhei-o durante muitos meses em minha estante. Penso que todo livro tem o seu tempo para ser lido. E quando chegou a vez de Um Conto de Duas cidades, pensei: Como pude deixa-lo tanto tempo esperando por minha atenção?
Claro que esse pensamento não passou por minha cabeça nas primeiras páginas, pelo contrário, todo bom clássico que se preze parece provocar o leitor a passar de suas cinquenta primeiras páginas. Pode parecer que não, mas foi depois de uma certa quantidade de páginas que pude sentir na alma a grandiosidade do que estava em minhas mãos.
Não é exagero. Todo clássico é uma experiência extra-sensorial, não escreverei com o que costumo comparar para não gerar uma classificação indicativa ao texto, mas, acredito que já deu para entender ao que me refiro. Enfim, quando a estória de Dickens me puxou para dentro dela, vislumbrei outro mundo.
Primeiramente, Um Conto de Duas Cidades não é um conto. Foi lançado em 1859. A estória desenrola-se antes, durante e depois da Revolução Francesa e foca na cidade de Londres e Paris e daí a razão do nome desse clássico imortal e importante para a literatura mundial.
As personagens principais da obra são: Lucie Manette e seu pai, o doutor Manette. E tudo começa quando a donzela Lucie sai para buscar seu pai acompanhada por um amigo de família, o jovem Lory. O doutor Manette havia sido preso e ficara dezoito anos trancafiado na Bastilha.
Através desse fato, as demais personagens vão surgindo e atrelando-se a trama, tornando-a cada vez mais interessante e dando cada vez mais corpo para o que está por vir. A grande maioria está relacionada de alguma forma ao pai da donzela.
Dickens descreve e constrói tão bem os fatos daquele momento que, chega a ser possível começarmos a levar em consideração a possibilidade de realmente ter vivido todas aquelas situações apresentadas em sua obra. São estórias de amor, amizade, confiança que vão crescendo e se desenvolvendo ao meio de lutas.
Os detalhes de sua narrativa intensa e charmosa nos levam aos bares, as prisões e as ruas de uma cidade que lutava para se erguer e sobreviver as grandes dificuldades do século XIX. Não tem como não se maravilhar ou sentir qualquer espécie de sentimento ao acompanhar algumas personagens e suas odisseias particulares entre a violência, bravura e até mesmo, a renúncia de alguns.
Um breve resumo sobre Um Conto de Duas Cidades
Vamos falar resumidamente alguns pontos só para você se situar mais na estória. Lucie não havia conhecido o pai e sua mãe falecera quando pequena, na verdade, Lucie só ficou sabendo que seu pai estava vivo após completar seus 18 anos, como era um familiar próximo, Lucie decidiu busca-lo na França. Para conhecer um pouco mais sobre a história de sua família.
Enquanto isso, ao sair da prisão, seu pai, doutor Manette acaba sendo acolhido pela família Defarge que lideraram a revolução. É a partir desse momento que o doutor começa a reconstruir sua vida e o relacionamento com a filha.
Um grupo de amigos começa a se tornarem próximos da família Manette e, em contrapartida, os julgamentos e condenações aos traidores começam a se tornar cada vez mais comum nas redondezas das duas cidades. Momento este em que a Revolução acontece.
Lucie, acaba se casando pelos motivos errados com um de seus amigos e acabam sendo forçados a regressar a Paris. E para saber mais, fica o convite para você adquirir o livro, seja físico ou digital, é uma leitura imperdível para os grandes apreciadores de estórias imortais.
Um pouco mais sobre o autor
Charles John Huffam Dickens ou como é mais conhecido, Charles Dickens nasceu em 1812 e faleceu em 1870. É um dos maiores e mais populares romancistas da Inglaterra Vitoriana. Seus contos e romances faziam e ainda fazem sucesso até os dias de hoje. Sua obra foi responsável por introduzir a crítica social na Literatura Inglesa e por isso, é um dos grandes nomes do país.
Romances principais:
- As aventuras do sr. Pickwik (1836)
- Oliver Twist (1837–1839)
- Nicholas Nickleby (1838–1839)
- Loja de Antiguidades (1840–1841)
- Barnaby Rudge (1841)
Os Livros de Natal:
- Um conto de Natal (1843)
- The Chimes (1844)
- The Cricket on the
- Hearth (1845)
- The Battle for Life (1846)
Outras obras:
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- Martin Chuzzlewit (1843-1844)
- Dombey and Son (1846–1848)
- David Copperfield (1849–1850)
- A Casa Abandonada (1852–1853)
- Tempos Difíceis (1854)
- A pequena Dorrit (1855–1857)
- Um conto de duas cidades (July 11, 1859)
- Grandes Esperanças (1860–1861)
- OurMutual Friend (1864–1865)
- The Mystery of Edwin Drood (inacabado) (1870)