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Virginia Woolf: Feminismo e Dom da Escrita

Virginia Woolf foi uma das principais romancistas de todos os tempos e uma das primeiras a inserir os cativantes fluxos de consciência em suas narrativas. 

Adeline Virginia Woolf nasceu em 1882, no dia 25 de janeiro, em Londres. Sua mãe era Julia Stephen, uma modelo filantropa e seu pai, Leslie Stephen, um escritor e historiador. 

Com 9 anos de idade, Virginia e sua irmã Vanessa começaram o “Notícias do Hyde Park Gate”, no qual escreviam crônicas sobre suas vidas e eventos familiares. Com 15 anos, ela começou a escrever um diário pessoal. 

Virginia vivia com outras cinco crianças e, apesar de não ter recebido educação formal na infância, seu pai a incentivava com a escrita profissional e ensinava Matemáitca. Já sua mãe ensinou Latim, Francês e História às crianças. A partir dos 15 anos ela viria a cursar disciplinas de nível superior, como o Grego antigo. Talvez esses estudos tenham influenciado seu gosto por ler Shakespeare e aplicar alguns dos seus aprendizados nos seus livros.

Pelas janelas do andar de cima da casa de praia da família, Virginia podia ver um farol. A obra “Ao Farol”, portanto, é praticamente uma transferência das suas memórias das férias de verão.

 

“Os sete anos infelizes”

Quando Virginia tinha 13 anos, sua mãe, Julia, foi diagnosticada com Influenza — um quadro de gripe mais grave. Ela morre no mesmo ano e isso afetou Woolf intensamente; que sempre teve aquela concepção romântica de família unida e imaculada. 

A partir desse evento trágico, ela começa a ter colapsos nervosos. Pouco tempo depois disso, sua meia-irmã Stella também adoeceu e faleceu. Quando ela estava com 22 anos de idade, seu pai também faleceu, causando ainda mais colapsos. Hoje se sabe que ela tinha Transtorno bipolar. 

Virginia Woolf, depois de um tempo, viajou com os irmãos para o País de Gales. Foi ali que ela reconheceu seu destino: escrever. Porém, foi nessa mesma ocasião que ela tentou se matar pela primeira vez. Em 1907, três anos depois, ela começa a trabalhar no seu primeiro romance.

Aos 30 anos de idade, Virginia se casou com o historiador Leonard Woolf, que a ajudava a imprimir livros à mão. Essa atividade se tornou um lazer quando ela se estressava com o trabalho. Além disso, os dois juntos fundaram uma editora, a Hogarth Press, na qual publicaram livros sobre Psicanálise e traduziam alguns romances russos.

Seu estado mental continuava piorando e ela tentou se matar pela segunda vez no ano seguinte. Mas a vida seguia e após algumas publicações ela chegou a dar aulas na Universidade de Cambridge, onde foi feita a base de “Um Teto Todo Seu”.

Mas sua saúde mental continuava abalada. Alguns gatilhos eram: quando um livro era mal recebido pelo público, a guerra mundial, excesso de trabalho e a opressão que as mulheres sofriam naquela época. Até que, depois de escrever “Entre os Atos”, encheu os bolsos do seu sobretudo com pedras e se jogou em um rio, aos 59 anos.

 

O trabalho de Virginia Woolf

Virginia Woolf escreveu basicamente ficção, drama e não-ficção. Alguns temas explorados foram: guerra e estresse pós-traumático, acusação de bruxaria às mulheres (ela defendia que “bruxaria” era apenas genialidade e criatividade feminina) e papel da classe social na sociedade britânica. Quanto aos seus ensaios conceituais, foram mais de 500 trabalhos.

A escritora britânica encontrou bastante inspiração na literatura russa, especialmente em Dostoievsky, que experimentava a fluidez mental nas narrativas. Já Chekhov a influenciou por abordar pessoas comuns nas obras, com tarefas simples e rotineiras.

Virginia e Leonard ainda participaram do Bloomsbury, uma espécie de grupo de intelectuais britânicos criado em 1905. Eles não declaravam explicitamente que eram uma associação, no entanto moravam e trabalhavam próximos um do outro. O grupo produzia trabalhos sobre literatura, estética e feminismo. 

Mesmo que ela fosse vista como privilegiada pelas suas publicações e condições de vida, Woolf era uma feminista ardente. Inclusive, Michael Cunningham, ganhador do Pulitzer de 1998, venceu pelo trabalho “As Horas” que era focado em três gerações de mulheres afetadas pela ficção de Virginia.

Conheça melhor o trabalho da autora optando pela leitura de algum destes seis livros muito bem recomendados.

 

 

Colaborador Beco das Palavras
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