Na trajetória do ser humano, na construção da civilização que passou do nômade ao morador de centros urbanos. Com a civilização como a conhecemos hoje, com o comércio, mercados e lucro, a espécie humana passou a evoluir em direção ao conforto originário da estabilidade. Mas a trajetória de fincar pé num só local só foi possível com o sistema de trocas.
Não era preciso mudar de região para procurar alimentos se alguém o oferecia por troca de trabalho ou de outras mercadorias. O homem passou de coletor a agricultor e criou sistemas econômicos a partir das trocas. O sistema de troca direta vingou e transformou a vida em comunidade, surgiram os mercados. A troca de sal por outros produtos, por exemplo, deu origem à palavra salário. O termo em latim “pecus”, que deu origem à palavra pecuária, também está na etimologia de pecúnia. A origem de pecúnia (dinheiro) vem da troca de gado por outros produtos no império romano. .
As primeiras moedas encaradas como objetos que guardam valores, produzidas geralmente em metal, têm seus registros mais antigos na região de Lídia (atual Turquia), o Reino das Moedas, no século VII A. C. O formato e relevo das peças eram obtidos a marteladas, em primitivos cunhos. Metais como ouro e prata eram usados para distinguir os valores das moedas.
O uso de metais para dar valor a produtos já era usado anteriormente, na Mesopotâmia, no século XIX a.C já havia uma lista de preços relacionados a metais. Porém, cunhar moedas passou a ser uma atividade relevante poucos séculos antes do surgimento do cristianismo. Ouro e prata foram substituídos, porque são difíceis de encontrar e por isso seu valor é dado por outros parâmetros.
Com a moeda usada de modo sistemático, com o aumento dos mercados e com o desenvolvimento de lucro vindo do comércio, surgiu a necessidade de armazenar as moedas com a segurança possível capaz de resguardá-las. Os indivíduos tinham em suas casas e comércios, cofres que ofereciam alguma segurança às moedas. Quem tinha cofre oferecia o serviço de segurança, ao deixar a quantidade de moedas no lugar recibos eram passados para assegurar a quantia deixada e posterior retirada do valor deixado, eram os “goldsmith´s notes” (recibos dos ourives).
Os recibos dados pelos ourives já era um costume da Roma Antiga, mas se consolidaram como prática e hábito na Idade Média. Os papéis circulavam e facilitavam o comércio. A troca de recibos fez acontecer naturalmente o surgimento das cédulas de “papel moeda”. É importante não esquecer que o escambo, a troca de produtos, era mais forte que o comércio feito por troca de moeda.
É curioso que a “invenção” dos bancos aconteceu por medo de roubos e falsificações dos metais. A partir desse momento surge o conceito rudimentar de banco. É preciso salientar que a história dos bancos como eles existem na atualidade vem da evolução do sistema econômico. Cada momento histórico tem uma maneira diferente de relacionar com o dinheiro. Do surgimento do conceito de dinheiro com os fenícios, com o desenvolvimento na Mesopotâmia e na Babilônia, além do uso na região da Turquia, o sistema obedeceu a demanda e o desejo por retenção e aumento de lucro.
Os primeiros registros de bancos, no modelo que conhecemos hoje, datam do século XVIII e o aumento do comércio feito por troca entre produtos e papel moeda só aconteceu no século XIX. Os primeiros bancos são fundados: na Suécia, em 1656; na Inglaterra, em 1694; na França, em 1700 e no Brasil, em 1808. e a palavra “bank” veio da italiana “banco”, peça de madeira que os comerciantes de valores oriundos da Itália e estabelecidos em Londres usavam para operar seus negócios no mercado público londrino. O Banco de Veneza, com registros datados em 1157, servia para financiar monarcas e movimentos bélicas.
A invenção da palavra bancário vem do italiano banca que era onde mercadores e comerciantes movimentavam o dinheiro guardado, mas o primeiro registro da palavra com o sentido de pessoa que guarda o dinheiro aparece só em 1640.
No entanto, o crescimento e desenvolvimento da atividade só foi possível com a concepção de empréstimos que são o alicerce da atividade bancária nos dias atuais. O empréstimo oferecido aos clientes e feito com o dinheiro guardado e que não era totalmente sacado por seus proprietários facilitou a riqueza tão complexa e que movimenta a economia mundial. A percepção de emprestar dinheiro, mediante o pagamento de juros, criou a figura do banqueiro altamente endinheirado.