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A Passagem

Essa foi uma das minhas leituras mais demoradas, um pouco se deve ao fato de ser o maior livro que já li, mas o principal fator para que eu demorasse mais nessa leitura era porque eu não queria que acabasse. Tenho que discordar do “mestre” – Stephen King – não foi preciso das 15 páginas para essa estória me cativar, isso aconteceu logo nas primeiras linhas. Estou em completo estado de nervo, pois a espera para a continuação será longa e sofrida – os dois próximos livros (“The Twelve” e “The City of Mirrors”) estão previstos para 2012 e 2014 respectivamente, estou torcendo para que os próximos tenham até mais páginas que esse. – faz dois dias que terminei de ler o livro e até o momento não consegui pegar em nenhum outro para ler, não consigo tirar “A Passagem” da cabeça e sim, essa resenha será longa, mas essas palavras não farão justiça ao livro.

A Passagem é um livro sobre vampiros, mas são um tipo de vampiros que nos fazem pensar “será que isso é realmente possível?” e por mais que a literatura esteja cheia de livros de vampiros, esse foi o melhor que eu li até o momento. Nada contra vampiros reluzentes com jeito de modelo, mas para mim vampiros devem ser sanguinários e monstruosos, e eles são assim nesse livro com um adendo, parecem um bocado com zumbis.

Tudo começou quando um cientista descobre um tipo de vírus que é capaz curar doenças e fazer com que alguns dos infectados vivessem mais. Lógico que o Governo mostra interesse nessa nova descoberta, e esse cientista precisando de dinheiro para conduzir seu estudo aceita. Paralelamente temos a apresentação de alguns personagens fundamentais para a estória. Como Amy, uma menina de 6 anos de idade um tanto misteriosa que é deixada em um convento, sendo cuidada pela Irmã Lacey, uma africana que passou por situações horríveis quando era somente uma garota. Por outro lado temos o Agente do FBI Brad Wolgast que tem como missão procurar cobaias para os experimentos, que são criminosos que tiveram a pena de morte decretada, tudo corria relativamente bem até que sua próxima coleta se mostrou anormal, teria que buscar Amy.

Ao todo são 12 cobaias de descende de um, o Zero (quero saber mais sobre ele!) e Amy. Como não poderia deixar de ser, acontece o inevitável, os 12 fogem. E assim tem inicio o Apocalipse, uma em cada 10 pessoas são transformadas as demais não passam de alimentos. Nesse mundo apocalíptico Wolgast consegue fugir com Amy para um lugar isolado e fica ali o máximo que pode. Amy foi contaminada pelo vírus, mas com ela foi diferente, ela não apresenta os mesmos sintomas dos demais, exceto aversão a luz, se cura com facilidade e parece não envelhecer (ahhh vai dizer que você não adivinhou o que ela é?).

Temos agora uma passagem de cerca de 90 anos, e conhecemos o que restou do mundo. Basicamente uma pequena comunidade cercada por um muro, abastecida com energia de uma usina eólica e com luzes que se acendem todas as noites para manter os Virais afastados, não que isso evite completamente os ataques visto que em período de grande escassez de alimentos (humanos e animais) alguns se arriscam e tentam romper a segurança do muro, mesmo à luz do dia.

Nesse novo mundo alguns personagens se destacam, como todos tem uma história de vida muito bem detalhada nos livros não vou me prender a apresentá-los, pelo menos não todos. Quando um grupo vai até a Usina Eólica, uma viajem de rotina, descobre que algo aconteceu ali, as pessoas responsáveis por cuidar do local estão desaparecidas, somente um retorna com vida perseguido pelo seu companheiro, agora um Viral. Quando retornam ao acampamento nada mais será o mesmo, pois Amy salva a vida de um deles, Peter.

O muro e as luzes não são mais capaz de manter os virais afastados, pois eles ultrapassam a unica barreira que não tinha defesas, a da mente. Em meio ao caos que se instaurou na colônia Peter, Amy, Alicia e outros fogem em busca de respostas. Passando por grandes perigos, não só a ameaça dos virais e sim dos seres humanos remanescentes. Uma busca por respostas para entender o que houve com o mundo e como reverter essa situação. Uma caçada aos 12.

Cronin tem uma forma de narrar que te prende nas primeiras linhas e mesmo após terminar a leitura você continua preso a trama. O livro é cheio de detalhes, principalmente ao narrar a vida dos personagens, que são muitos, mas pela forma com que são apresentados é impossível você se perder, e no decorrer da leitura detalhes que pensamos ser banais narrados anteriormente vem a tona como respostas que nos surpreendem. Nesse livro, os detalhes fazem toda a diferença.

Não sei o que irei fazer até ler a continuação desse livro, estou completamente perdido. Mas temos uma boa noticia, Ridley Scott, diretor de filmes como “Blade Runner – Caçador de Andróides” e “Gladiador”, comprou os direitos para produzir o filme baseado no livro e está previsto para 2013. Mas essa noticia me deixa preocupado também, afinal em um livro com tantas tramas paralelas importantes para o “todo” sendo adaptado para o cinema, certamente que haverá cortes importantes. Tenho medo das adaptações.

Luciana
Jornalista e editora, mestre em rádio e televisão.

2 thoughts on “A Passagem

  1. Olá Alan, esse livro é um pouco antigo, cerca de 8 anos atras. É um calhamaço, mas vale a pena ler.

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