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Apanhador Só e sua sucata nova

Conheci o Apanhador Só há mais de um ano e por acaso, em uma das minhas buscas por bandas no Last.fm. Baixei umas músicas, gostei, pesquisei mais e percebi que eles estariam na próxima semana no Sesc Consolação, aqui em São Paulo e, de graça! Peguei meu namorado novo de dezessete dias e fomos. E amamos! [Obs.: o namorado depois virou noivo].

A apresentação deste dia foi uma delícia. Pouca gente, galera sentada, lanchonete ao lado para quem quisesse um café e sem aquele tumulto e aperto desagradável dos shows comuns. Quem me conhece pode confirmar que eu troco shows de bandas de 20 anos, com aqueles ingressos de R$ 250 e fila quilométricas, por shows menores pelos quais eu me sinto à vontade e consigo interagir com o grupo. Prefiro a intimidade e a familiaridade. E o Apanhador Só, formado por: Alexandre Kumpinski, Felipe Zancanaro, Martin Estevez e Fernão Agra, é uma das poucas bandas que oferece isto. Believe me or not.

Depois desta ótima primeira impressão no Sesc, bati cartão em outros shows: Estúdio Dissenso, Studio SP e no Parque do Ibirapuera, no dia 4 de dezembro com o Acústico Sucateiro.

Neste acústico, sentei na grama do Ibirapuera com outros 30 paulistanos, aproximadamente, numa tarde de domingo. Ah, foi gostoso! Nos deliciamos com música sendo criada com panelas, lixas, brinquedos velhos e sem uso, pedaços de ferro e de bicicleta e um violão. Sucata fazendo música é inexplicavelmente contagiante e inesperado. É simples mas planejado; é divertido e sério ao mesmo tempo.

Este post é em primeiro lugar para mim, para eu me lembrar que a música brasileira boa de verdade surge no meio de vários sons e palavras aparentemente incompatíveis, melodias e letras simples mas marcantes. É possível criar algo belo e novo do que era velho e descartado. E ainda é possível criar música brasileira de qualidade.

Se eu fosse você, reservaria um tempo para conhecer melhor os músicos-sucateiros de Porto Alegre e suas letras divertidas, como:

“Tô rouco de saudade de você”

“Um rei me disse que quem deixa ir tem pra sempre.”

“Não é o prédio que tá caindo,
são as nuvens que tão passando.”

 

Luciana
Jornalista e editora, mestre em rádio e televisão.

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