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Soberania Feminina no Jazz: Ella Fitzgerald 

Ella Fitzgerald foi uma das maiores cantoras de jazz da história. Sua juventude não foi fácil, e mesmo assim ela se tornou uma estrela da música. 

 

A vida de Lady Ella

Ella Jane Fitzgerald, filha de William Fitzgerald e Temperance Henry, nasceu em 1917, em Virginia, nos Estados Unidos.

Poucos anos depois, sua mãe se separa de William e se muda com o novo cônjuge, o português Joseph da Silva, com quem Ella cresceu. Com seis anos de idade, ela começa a frequentar a escola. 

Ella Jane tinha muito interesse pela dança!

Ela tinha como inspiração sobretudo o dançarino americano Earl Snakehips Tucker, e se apresentava no colégio. A música também já tinha participação na sua vida, principalmente por causa da igreja que frequentava. Louis Armstrong e The Boswell Sisters eram suas primeiras influências. 

No entanto, em 1932, quando Ella tinha 15 anos, sua mãe morre em um acidente de carro. Ela passou a morar com a tia, pois, segundo um dos seus biógrafos, ela teria sofrido abuso do padrasto Joseph. Mas a vida continuava a desandar. Ela abandona a escola e passa a trabalhar de vigia em um bordel. Depois foi levada para um orfanato e para um reformatório feminino. 

Em 1947, ela se casa com um baixista, sendo esse o seu segundo casamento, e adotam o filho de uma meia-irmã de Ella. Nos anos 50, ela se separa e começa a viajar em turnê, iniciando na Austrália.

Nessa viagem ela sofre racismo quando a impediram de embarcar num voo sem motivo algum.

Em 1955, ela trabalhou como atriz no longa “Taverna Maldita” e apareceu em alguns programas televisivos, como o “The Frank Sinatra Show”. 

A cantora sofria de diabetes e nos anos 80 foi hospitalizada. Ela se recuperou, continuou a se apresentar com seus 73 anos, mas, poucos anos depois teve suas pernas amputadas como consequência da doença crônica. Sua visão também já não estava boa e ela morreu de Acidente Vascular Encefálico no ano de 1996. 

O Nascimento da Primeira Dama do Jazz

Tendo sobrevivido bravamente os primeiros anos da juventude, Ella Fitzgerald também conseguia cantar nas ruas e nos teatros.

Inclusive, ela conhece os integrantes da Tiny Bradshaw, um famoso grupo de jazz, que, no início, relutaram em recebê-la porque achavam-na desajeitada, um diamante bruto ainda. Mal ela entrou para a banda e já gravou seu primeiro sucesso “Love and Kisses”.

Mais tarde, o líder da banda morre por tuberculose e o conjunto passa a se chamar “Ella and Her Famous Orchestra”.

Mas Ella também tinha um projeto paralelo chamado “Ella Fitzgerald e Her Savoy Eight”.

Com a alta do bebop, corrente dentro do jazz, ela sem dúvida se destacou bastante. Especialmente com a canção “Flying Home” que, segundo os críticos musicais, ninguém cantava com uma técnica tão deslumbrante como ela.  

Além de cantora dedicada e focada na profissão, Fitzgerald também era ativista de direitos sociais e ganhou dois prêmios pelo seu trabalho contra a discriminação racial. 

Assim sendo, nos anos 90, ela funda uma instituição de caridade para oferecer oportunidades acadêmicas a crianças, formação musical, necessidades básicas aos mais pobres e pesquisas médicas sobre Diabetes e doenças cardíacas.

Com quase 60 anos de carreira, ganhou 14 Grammy’s, mais de 40 milhões de álbuns vendidos e o título de Primeira Dama do Jazz — além de participações em 4 filmes.

Analistas afirmam que sua voz atingia três oitavas, tinha a dicção perfeita e todos do meio sabiam das suas improvisações impecáveis. 

Euclides Marques, um acadêmico da música, selecionou seis discos fundamentais para quem quer conhecer realmente o trabalho de Ella, clique aqui e confira!

Além de Ella Fitzgerald, também contamos um pouquinho sobre Norah Jones! E você, conhece outra cantora de jazz?

Colaborador Beco das Palavras
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