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Mar Morto: um romance de Jorge Amado

Jorge Amado é um dos autores nacionais mais conhecidos no mundo. Além de escritor, foi jornalista. É um autor modernista que levou para sua obra o regionalismo e o amor por sua região. Neste post, falaremos sobre Mar Morto, uma de suas primeiras publicações.

É um autor prestigiado e importante, tanto que ocupou a cadeira de número 23 da Academia Brasileira de Letras em 1961 e recebeu diversos prêmios, entre eles: o Prêmio Jabuti e o Prêmio Camões.

Se você nunca leu nada a respeito de Jorge Amado, pelo menos, provavelmente deve ter assistido algo inspirado em seu trabalho, por exemplo, as novelas produzidas pela Rede Globo.

Muitas delas foram inspiradas em seus trabalhos, como: Tieta, Capitães de Areia, e Porto dos Milagres que foi inspirado no romance Mar Morto (1936).

 

E é justamente sobre Mar Morto que falaremos logo abaixo

Jorge Amado, escreveu o romance aos 24 anos e, entre todos os seus trabalhos, com certeza é aquele que traz mais homenagens ao mar, marinheiros e toda a vida dessas pessoas. 

A história gira em torno de Guma, mestre de saveiros que, como qualquer outra pessoa que vive do mar, acredita que seu fim será nas águas verdes do mar. Pelo menos era isso que Guma pensava, até aparecer Lívia.

Nem preciso dizer que a paixão entre o casal é certeira, preciso? Assim que se conhecem, os dois passam a viver um relacionamento apaixonado, gerando tensão constante com Iemanjá. 

Um detalhe bem interessante sobre o livro é que, ao lê-lo, nos parece ter uma cadência que nos traz à lembrança o movimento das marés. Em cada página que viramos, é como se fosse uma onda de grandes emoções e viradas nos encobrindo, e nos levando mais ainda para o fundo desta estória.

Claro que, Mar Morto, não se limita apenas ao tórrido romance entre Guma e Lívia. Jorge Amado vai nos apresentando a outros personagens que vão transformando e ajudando no desenrolar da estória, como por exemplo: o velhor Francisco, Esmeralda e até mesmo alguns marinheiros.

Uma coisa que sempre gostei nas narrativas de Jorge Amado é o fato da estória passar uma sensação de alguém estar contando-a para mim ao vivo e a cores. O autor, com maestria, parece não saber apenas como escolher as palavras, mas como colocar nelas todo seu amor e carinho pelo que narra.

Provavelmente, seja a razão de seus livros contarem com uma aura positiva, isto levando em consideração que, em suas obras, Jorge nunca abandonou sua crença religiosa ou seu amor pela Bahia de todos os santos. Ao se debruçar em suas páginas, o leitor sente-se acolhido.

Quando escreveu Mar Morto, Jorge estava em começo de carreira e com muita coisa para aprender, mas, mesmo em seus primeiros trabalhos, era possível perceber a qualidade de sua escrita em desenvolvimento.

Conclusão: sucesso não apenas em seu país, como no mundo. Tudo bem que, determinados pontos da obra não seguem um ritmo cadenciado, às vezes nos sentimos em uma montanha russa de emoções, subindo e descendo, porém, nada que desvalorize a obra. 

Jorge Amado vai nos entregando personagens e tramas fantásticas que vão nos envolvendo, criando uma torcida silenciosa em nossos corações. Passamos a acompanhar a ansiedade de Lívia diante da postura de seu Guma e sua maneira peculiar de lidar com tudo ao seu redor.

Também somos apresentados a Rosa Palmeirão que, pelo nome, já sabemos o que esperar. E isto é apenas a pontinha do iceberg, apenas para dar aquele gostinho de uma obra que vale a pena ser lida, em qualquer tempo.

Outro ponto positivo da escrita de Jorge Amado é: seus livros possuem um bom tamanho. Mar Morto tem  285 páginas, contando os apêndices, entre outras informações, ou seja, não é um livro extenso e nem curto, é o tamanho ideal para uma boa estória.

Por fim, podemos dizer que, Mar Morto, é o livro que prova que Jorge Amado é um autor que estava pronto mesmo antes de ter descoberto que escrevia. Um autor que leva em suas estórias, não apenas o doce sabor da ficção, mas que traz pitadas de realidade à narrativa, atuando como um background da trama principal.

Vale a pena ler, Mar Morto, com certeza você não vai se arrepender!

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Colaborador Beco das Palavras
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