“O Menino Maluquinho” marcou muitas gerações por meio do livro e dos quadrinhos. Conheça e prestigie o autor desse grande trabalho!
Sobre Ziraldo Alves Pinto
Ziraldo nasceu na região do Vale do Aço, interior de Minas Gerais, em 1932. Seu nome é resultado da combinação entre o apelido da sua mãe, Zizinha, e do seu pai, Geraldo. Teve dois irmãos: Zélio, que também é cartunista e Ziralzi, que faleceu em 2014. Aos seis anos de idade já havia publicado um desenho, no Folha de Minas.
Com 25 anos, mesmo com sua paixão pelo desenho, formou-se no curso de Direito pela Universidade Federal de Minas Gerais. Mas ele nunca chegou a buscar o seu diploma. Depois de formado ele começou a trabalhar em agências de publicidade, já que muitos anúncios eram desenhados à mão.
Seu próximo emprego foi como colunista de humor no jornal Folha de S. Paulo (outrora Folha da Manhã), seis anos depois lançou seus primeiros quadrinhos: “Turma do Pererê”. Infelizmente, a revista foi cancelada em 1964, em virtude do Regime Militar. Nos anos 70, o gibi foi relançado, mas não era a mesma coisa, o sucesso não foi recuperado.
Ziraldo também fundou o periódico “O Pasquim”, que criticava a Ditadura e acabou sendo levado à prisão (pela segunda vez) logo depois do Ato Institucional número 5. Na equipe, outros nomes como Millôr Fernandes e Ivan Lessa também participavam da produção. A primeira prisão que Ziraldo enfrentou foi por causa da peça “Este Banheiro É Pequeno Demais pra Nós Dois”.
Aos 48 anos, lançou o “O Menino Maluquinho”, em formato de livro, que foi um sucesso extraordinário sendo adaptado para os quadrinhos, televisão e cinema ao decorrer das gerações. Hoje o cartunista ainda faz projetos divertidos, como o “Bundas” (paródia da revista “Caras”, que fala sobre as festas da elite brasileira).
A primeira esposa de Ziraldo foi Vilma Gontijo, a qual namorou por sete anos. Com ela teve três filhos: Daniela, Antonio e Fabrízia. Vilma morre de infarto no ano de 2000 e algum tempo depois Ziraldo casa-se com uma prima, Marcia Martins.
Em relação as suas conquistas, os desenhos de Ziraldo já foram parar na famosa “Mad”, dos EUA, “Plexus”, na França e “Private Eye”, na Inglaterra. E de sete indicações a prêmios, Ziraldo levou seis:
- Nobel Internacional do Humor (1969);
- Prêmio Merghantealler (1969);
- Prêmio Jabuti de Literatura (1980), por “O Menino Maluquinho”;
- Prêmio Hans Christian Andersen (2004), por “Flicts”;
- Ordem do Mérito Cultural (2005);
- Prêmio Ibero-Americano de Humor Gráfico (2008).
O Menino Maluquinho de Ziraldo
O próprio cartunista afirma que o título “O Menino Maluquinho” veio como um insight enquanto ele fazia a barba e falava sozinho de frente ao espelho. A história é sobre um menino criativo, cheio de energia e que anda com uma panela na cabeça. Os eventos se desenrolam de forma ingênua e nostálgica.
A inspiração também veio enquanto Ziraldo fazia palestras e houve um debate sobre como os filhos não estavam mais se dando bem com os seus pais. Ziraldo se posicionou exemplificando que era possível ter uma boa relação com os filhos, bastando saber tratá-los bem, como ele e alguns amigos faziam.
Além do Maluquinho, a Juju (Julieta), namorada do garoto, também caiu no gosto do povo, por isso ganhou uma revista própria, lançada 20 anos depois de “O Menino Maluquinho”. Depois de mais 20 anos, a história do garoto com uma panela na cabeça ganha uma versão animada na plataforma Netflix.
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