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James Joyce: Exemplo de Escritor Subestimado

Joyce detém três dos 100 livros ingleses mais importantes do século XX. Ele ainda viveu durante as duas guerras mundiais e publicou “Ulisses”.

A vida do autor de “Ulisses”

James Joyce nasceu em 1882, na Irlanda. Seus primeiros estudos formais foram aos seis anos e logo entrou para um internato particular renomado. Com nove anos, escreveu seu primeiro poema, era sobre a morte de um político irlandês.

O pai de James perde o emprego e não consegue mais arcar com os estudos do filho. Até que ele corre atrás de uma bolsa de estudos em uma escola conceituada jesuíta que impunha como condição que James entrasse para a Companhia de Jesus. Ele rejeitou a ideia completamente, embora na sua escrita haja ideias de Tomás de Aquino.

Em 1898, Joyce entra para a faculdade e inicialmente estuda línguas, teatro e literatura. Depois ele chega a começar o curso de Medicina, mas abandona depois que sua mãe adoece. Ele acaba trabalhando como jornalista e professor. Posteriormente ele conhece Nora, sua primeira namorada, e tenta fugir com ela para a Croácia e, depois, Itália. Nessa época ele também se tornou pai, quando Nora deu à luz Giorgio e Lucia.

Com a Primeira Guerra Mundial, Joyce e a família tiveram que sair do país por serem irlandeses. Escolhem morar na Suíça e ele continua publicando seus livros, mas nesse período ele começa a ter problemas com a visão. Ao fim da guerra eles se mudam novamente, para a França. Lá ele publica “Ulisses” e se torna uma grande referência literária.

Agora por causa da Segunda Guerra Mundial, Joyce retorna para a Suíça, mas quase cego. Aos 58 anos ele é diagnosticado com uma úlcera intestinal que se agrava e o leva ao falecimento. Quando Nora morre, 10 anos depois, ela é enterrada junto com ele.

James Joyce deixou um trabalho que é considerado um dos mais notáveis do século passado. Influenciou Samuel Beckett, Jorge Luis Borges e o poeta brasileiro Haroldo de Campos. Todo 16 de junho, no Bloomsday (algo como “Dia do Bloom”, o protagonista de “Ulisses”) em Dublin, a sua vida é comemorada.

O livro “inimigo público”

“Ulisses” seria inicialmente apenas um conto, em 1906. Em 1914 ele retoma a história e, quatro anos depois, começa a publicar alguns trechos na revista The Little Review, que com pouco tempo foi censurado pelos EUA pelas cenas obscenas. Em 1922, finalmente, ele consegue publicar “Ulisses”. Mas várias cópias ainda foram queimadas e versões piratas produzidas. 

Apesar de todas essas dificuldades, o fluxo de consciência, paródias e brincadeiras presentes na narrativa o destacaram como marco do modernismo inglês. Cada personagem da história retrata um personagem do clássico da Antiguidade “Odisseia”: Ulisses é Odisseu, Leopold Bloom é Penélope e Telêmaco, entre outros.

Embora “Ulisses” se passa em apenas um dia — sim, mais de 500 páginas narrando um só dia — o detalhamento da vida em Dublin é extraordinário. É verídica a declaração de Joyce de que, se a capital da Irlanda fosse destruída, ela poderia ser restaurada com a leitura de “Ulisses”. Para você ter uma ideia do quão precisa é a descrição da cidade, James utilizou um catálogo com todos os proprietários de imóveis na época.

“Ulisses” é dividido em 18 capítulos em que cada um significa uma hora do dia ao qual a obra toda se refere. Cada um deles também correspondem a um episódio da “Odisseia” e ainda possuem uma cor, arte e órgão do corpo humano associado: um esquema extremamente trabalhado para um livro fictício. 

Por fim, acesse aqui algumas atrações do Brasil que ocorrem no Bloomsday!

 

 

 

Colaborador Beco das Palavras
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