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Conheça o Instituto Popular Memorial de Canudos

Em 1893, nas margens do rio Vaza-Barris, no norte do estado da Bahia, a cidade de Canudos começou a ser construída e se tornará um dos mais importantes centros de resistência do povo contra as opressões de oficiais do estado e de coronéis.

Posteriormente, foi batizada de Arraial de Belo Monte por seu líder, o Antônio Conselheiro, e o governo a destruiu em 1897. Sua história é contada por diversos historiadores que há muito tempo cometeram massacres.

Nesta vila de cerca de 20.000 habitantes, os métodos coletivos de produção atraíram famílias dos latifúndios em busca de melhores condições para se viver

O crescimento do acampamento acabou despertando o medo de fazendeiros e do País. O país acreditava que a comunidade ameaçava a ordem das ordens, então enviou uma grande força para destruí-lo. Após aproximadamente um ano de resistência em uma luta muito desiguall, alguns sobreviventes acabaram se rendendo e o acampamento foi incendiado. Posteriormente, a área foi inundada devido à construção de um reservatório, e seus moradores foram forçados a evacuar e a cidade foi reconstruída em outro local.

Apesar disso, a cidade de Canudos vem conseguindo recuperar as suas memórias através, principalmente, das ações e dos movimentos sociais. Entre essas está essa fundação, fundada em 1993, como Instituto Popular Memorial de Canudos (IPMC).

 

Memorial de Canudos

Vanderlei Leite, o atual presidente desse Instituto, relata que a iniciativa da sua fundação surgiu entre diversos representantes dessa comunidade e de movimentos sociais durante alguns preparativos para uma romaria que vinha celebrar os 100 anos da fundação dessa arraial: “Algumas pessoas pessoas acabam discutindo com frequência a necessidade em criar essa instituição que tivesse o foco de documentar e de atualizar as histórias de Arraial do Belo Monte”.

Esse instituto é mais uma organização sem vínculo com o governo, que acaba se mantendo com algumas doações de sócios e de um serviço de voluntariada.

Vanderlei explicou a importância do projeto. O tema do projeto hoje é: “Diversos pesquisadores, professores e fotógrafos conheceram Canudos e aprenderam sobre história, mas não tenho esse tipo de espaço para apoio, inclusive de obras literárias. E coleções históricas “.

A organização possui uma igrejinha, que foi erguida pelo grande Antônio Conselheiro após sua chegada ao acampamento de Belo Monte, e uma biblioteca construída pelo Cruzeiro. Consulta e visitas e exibe obras do período de guerra.

A sugestão é contar uma história através de outro ângulo. Nas palavras do presidente Vanderlei, trata-se de “refletir sobre as histórias da vila de Canudos a partir de uma perspectiva de reflexão, de uma perspectiva mais local, incluindo os descendentes dos sobreviventes daquelas guerras”. Ele destacou: “São as diversas pessoas que vivem nessa região que ficam nos contando as verdadeiras histórias de Canudos”.

Segundo Vanderlei, eles podem “relatar as histórias dessa comunidade de Belo Monte de forma mais natural” e são considerados prioritários nas obras de reconstrução desse local histórico.

 

No sertão do Brasil e nas mídias sociais

Vanderlei disse que o IPMC tem feito algumas ações para ajudar a divulgar a memória da vila de Canudos, para além das publicações impressas, incluindo seminários realizados em faculdades, nas escolas e em eventos. Ele disse: “Temos a experiência de publicar um anuário anual, que descreve a experiência das comunidades mais tradicionais e das comunidades de Belo Monte de forma bem popular.” O instituto também é co-diretor da peregrinação anual da cidade de Canudos.

Eles fazem parte de uma organização formada por seus associados, professores e os guias turísticos, atendendo turistas do Brasil e de outras partes do globo. Vanderlei disse ainda: “Estamos em organização e usando as mídias sociais como uma ferramenta para divulgar nosso trabalho”. Nesses ambientes, é possível que outras pessoas de alguns outros locais e experiências participem da vivência e da luta das comunidades mais tradicionais. O instituto pode ser acessado pelo Facebook e pelo Instagram.

Canudos ainda resiste à memória viva dos moradores e à luta atual. Vanderlei lembrou: “Existem alguns Canudos na frente da resistência que hoje acontecem” Numa época em que o grande autoritarismo e as convicções do movimento popular são uma ameaça constante, é mais importante do que nunca não esquecer os seus exemplos e suas histórias importantes que essa vila deixou e que representa.

Canudos com certeza é um dos maiores de resistência do país, e sua memória deve ser preservada para inspirar as gerações futuras

 

Luciana
Jornalista e editora, mestre em rádio e televisão.

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