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Estudo apresenta relação do sono ruim com o agravamento de sintomas da menopausa

Diadema, SP 2/12/2021 – Um sono de má qualidade aumenta o risco de 6 a 8 vezes em piorar a qualidade de vida das mulheres na menopausa, diz estudo.

Os efeitos colaterais da menopausa variam de mulher para mulher, mas sabe-se que essa fase traz muitas consequências para a saúde física e mental feminina.

De acordo com um artigo publicado pela SciELO em julho deste ano, um estudo foi realizado e este avaliou a qualidade do sono em mulheres na menopausa e sua associação com os sintomas relacionados a esse período. Segundo o mesmo, os distúrbios do sono são um dos mais incômodos sintomas da menopausa e são relatados por 39% a 47% das mulheres nesse período. Entre os distúrbios, aparecem dificuldades para dormir, despertares noturnos e despertares mais cedo que o normal.

A elevação nos níveis de cortisol altera o humor da mulher e consequentemente, a qualidade do sono também é afetada, devido ao alto pico de estresse. A diminuição do nível de estrogênio também traz consequências como: ondas de calor na região do rosto e na região torácica anterior, acompanhadas de sudorese. Geralmente, isso ocorre durante a noite e acaba trazendo uma menor qualidade de sono.

A coleta de dados para a pesquisa foi composta por mulheres acima de 45 anos, com amenorreia mínima há 12 meses e sem tratamento medicamentoso para menopausa. As mesmas foram atendidas em Unidades de Saúde do município de Três Lagoas/MS, que realizavam atendimento ginecológico e específico à saúde da mulher.

Durante o estudo, foi utilizado o instrumento Índice de Qualidade do Sono de Pittsburgh (PSQI) para avaliação da qualidade do sono, que consiste em 19 questões autoaplicáveis, agrupadas em 7 componentes: qualidade subjetiva do sono; latência do sono; duração do sono; eficiência habitual do sono; distúrbios do sono; uso de medicação para dormir; sonolência diurna e distúrbios durante o dia.

Após os resultados, foi relatado que a amostra final do estudo foi constituída por 385 mulheres, sendo a maioria delas na faixa de idade entre 45 a 55 anos (41%), com renda familiar de até dois salários mínimos (70,9%), com companheiro (56,9%), ensino fundamental incompleto (30%) e completo (16%), predominantemente católicas (52,5%), sem ocupação formal (61,3%) e autodeclarantes de raça preta (9,6%) ou parda (45%).

De acordo com o artigo, as mulheres entrevistadas tiveram o início da menopausa, em média, aos 46 anos e relataram como sintomas predominantes, na fase pós-menopausa, calores (67,8%), alteração de humor (61%), alopecia (54,5%), alteração do sono (53,8%) e dispareunia (51,9%).

Em relação ao padrão de sono avaliado pelo instrumento PSQI, segundo o estudo, 124 mulheres (32,2%) foram classificadas como boas dormidoras e 261 (67,8%), como más dormidoras.

Com a conclusão do estudo, os pesquisadores identificaram que “que a maioria das mulheres com menopausa apresentava má qualidade do sono e que a severidade dos sintomas dessa fase em tais mulheres se associou com a pior qualidade do sono, mostrando, consequentemente, que, quanto pior era a qualidade do sono, maior era a severidade dos sintomas da menopausa”.

O artigo ainda cita que, por prevalecerem, os problemas de sono entre as mulheres junto com outros sintomas da menopausa, devem ser explorados, a fim de garantir melhora na qualidade de vida, na saúde e na produtividade das mulheres na meia-idade.

 

 

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