São Paulo 30/11/2021 –
A fisioterapia desempenhou um papel muito importante na pandemia do novo coronavírus. Ela atua tanto em casos leves, como também no tratamento e pós operatório de casos mais graves.
A principal contribuição da fisioterapia para pacientes acometidos pelo coronavírus é na rápida recuperação motora que essas pessoas alcançam com esse suporte, inclusive pós-operatório. A vantagem é a diminuição decrescente de medicamentos e o grave risco de sequelas após a internação. Outro benefício dessa intervenção médica é que desenvolve a musculatura perdida no período de adoecimento. Também desempenhando um papel importante na diminuição dos sintomas cardiorrespiratórios decorrentes da doença.
A fisioterapia possui abordagens diferentes dependendo do quadro do paciente. Esses profissionais atuam de modo específico em cenários mais graves e mais leves, podendo ter ações mais incisivas nos casos de maior dano de perda muscular, uma das consequências mais prejudiciais da doença.
Fisioterapia em hospitalizados leves
Para os pacientes de Covid-19 que não necessitam de terapia intensiva, as ações se baseiam na educação sobre a doença e o processo de tratamento; além de práticas preventivas para frear o quadro mais grave dos sintomas. O profissional ensina exercícios respiratórios, assim como adequação postural, manutenção de amplitude de movimento somados a exercícios aeróbicos moderados. Também podem ser utilizados equipamentos de eletroestimulação como o neurodyn ii para o tratamento.
Considerando o cenário que ainda há risco de contaminação pelo vírus, a assistência pode ser oferecida por vídeos, manuais ou consultas por telemedicina.
Fisioterapia em hospitalizados graves
Nas unidades de terapia intensiva as intervenções do fisioterapeuta incluem o manejo respiratório e o gerenciamento da postura do paciente, além da realização de atividades de mobilização precoce para evitar complicações decorrentes da imobilidade. Após melhoria do quadro do paciente, o fisioterapeuta responsável garante períodos de ortostatismo para facilitar a função cardiorrespiratória.
O procedimento consiste na elevação da cabeceira da cama ao ângulo de 90°, mantendo a pessoa sentada por 30 minutos. Sendo aconselhado ser feito três vezes por semana.
Outro exemplo de troca postural realizada pelo fisioterapeuta é a pronação, manobra que consiste em deixar o indivíduo de barriga para baixo, evitando o acúmulo de secreção na base do pulmão. Reativa as vias aéreas e reduz a sobrecarga cardíaca. Vale lembrar que mesmo um paciente intubado, quando acordado e possua consciência corporal, poderá receber assistência de um profissional para realizar exercícios ativos.
Recuperação pós-UTI
Após o paciente grave de Covid-19 sair da UTI, é necessário que os cuidados tenham continuidade em apartamentos ou enfermarias até que ele esteja apto a receber alta, e seja permitido o retorno para casa.
O principal fator para que pacientes tenham dificuldade na melhoria do quadro ao ponto de saírem da UTI, é o enfraquecimento do sistema muscular, sendo um dos mais comprometidos pela doença. A falta de mobilidade durante o período de recolhimento e da alimentação controlada, tornam a musculatura do paciente mais fragilizada, tardando a sua recuperação mais rapidamente.
O percentual de perda muscular varia entre 17 a 30%, apenas nos primeiros 10 dias de internação sob cuidados intensivos. Em cenários mais graves esse período se estende para três semanas ou mais. A intervenção da fisioterapia é de fundamental relevância na recuperação da massa corporal, assim como na regressão dos sintomas cardiorrespiratórios. Sendo as consequências mais comuns em quadros mais graves. Os exercícios promovem fortalecimento, recuperação das funções motoras, assim como o ganho de peso e vitalidade para dar continuidade aos tratamentos quando não estiver mais em um quadro de internação.
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