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Exposição do artista angolano Paulo Chavonga traz conexão pela arte entre Brasil

A exposição individual do artista plástico, poeta e cineasta angolano Paulo Chavonga intitulada “Onde o arco íris se esconde” começa no próximo dia 8 de julho (sábado), no Museu da Imigração. Entre as obras, o filme “Sonhos exilados”, de autoria de Chavonga, traz a narrativa de imigrantes africanos vendedores nas ruas de São Paulo, relatando suas trajetórias e memórias.

O evento está sendo organizado pelo coletivo conexão Angola Brasil através do projeto “Histórias que pintam África Pelas Ruas de São Paulo”, do Projeto VAI da Secretaria Municipal de Cultura com participação da construtora Pedra Forte, e foca nas múltiplas relações construídas entre Angola e Brasil pelas artes. E Paulo Chavonga e sua obra é uma delas.

A arte de Paulo Chavonga

Artista nascido em Benguela/Angola, vivendo atualmente em São Paulo, tem apresentado um olhar atento para a vida e seus espaços. Da janela de seu ateliê às praças da cidade, ele registra o cotidiano com foco nas pessoas. Apoiado em diferentes suportes e materialidades, tendo a pintura como linguagem central, em uma paleta de tons vibrantes, ele observa a realidade e a transforma em imagem de crítica social, sem que isso o impeça de dialogar com poesia e sensibilidade.

Nessa exposição, Chavonga faz conexões entre trajetórias de imigrantes africanos, a experiência cotidiana em outro país e o universo da representatividade artística. O trabalho envolve perspectiva de resistência sobre a ideia de permanência e resiliência ao pensar arte como contato com a cultura dele. “Histórias que pintam África Pelas Ruas de São Paulo é um compromisso político comigo e com as pessoas ao meu entorno. Nele, eu problematizo o imaginário brasileiro do imigrante e negro através da pintura, da poesia e do cinema”, destaca.

Para focar no aspecto humanista da mostra, o artista conta sua própria história com fotos de sua família em Angola. “Todo imigrante tem uma história e uma memória. Quero criar um olhar humano entre o brasileiro e o imigrante africano. Quero dar voz aos africanos. A mostra reúne também denúncias de xenofobia e racismo, o que tem levado à migração reversa, onde os imigrantes africanos saem do Brasil para outros países ou mesmo para retornarem para sua terra natal”, explica o artista.

A exposição conecta Brasil e Angola

A exposição integra 60 pinturas, uma instalação que reproduz uma barraca de venda de tecidos da Praça da República, 2 vídeos e 12 poemas, que serão apresentados escritos ou em áudios espalhados pelo Museu. No dia da estreia, os poemas serão declamados pelos poetas angolanos Ermi Pazo e Mwana N´gola.

“Em Onde o arco-íris se esconde, temos um percurso que apresenta parte da produção do artista realizada em solo angolano e brasileiro, conectado por fios que tecem a sua história no mundo, se firmando no lastro da memória e das relações”, destaca a curadora Luciara Ribeiro. 

“Apresentamos também algumas de suas poesias, fomentando a discussão entre imagem e palavra, entre o que vemos e imaginamos. Com isso, esperamos diminuir as distâncias, seja entre linguagens, seja entre Angola e Brasil, ou entre as vidas internas ou externas deste museu e das artes. Espero que esta exposição possa acolher cada um dos visitantes, possa ser espaço de vozes ativas e inquietantes”, completa Ribeiro.

Quem é Paulo Chavonga

Paulo Chavonga nasceu em 1997 na província de Benguela, na região central de Angola. Começou com sua produção artística em grupos de estudos comunitários entre artistas. 

Em 2015, já residente da cidade de Luanda, ingressou na União Nacional de Artistas Plásticos (UNAP) e no mesmo ano teve a sua primeira individual, a exposição “Passos de Um Artista”, na Mediateca de Benguela.

Entre 2015 e 2017 participou das Mostras de Jovens Criadores da CPLP, com itinerância internacional em países como Portugal e Moçambique, e em 2017 participou da “Expo Conexões”, em Moçambique, para onde retornou em 2019 na “Expo Move your Art”, seguindo para a ”Expofacic”, em Cantanhede, Portugal, naquele mesmo ano. 

A partir de 2017, o artista emigrou para o Brasil, vivendo na cidade de São Paulo. Em 2018 começou a frequentar a comunidade HiP Hop da zona sul, realizando vários projetos.

Em 2020, foi selecionado para a ”Bienal Naifs do Brasil”, realizada no Sesc Piracicaba, com curadoria de Renata Felinto e Ana Avelar. Em 2021 participou da residência artística do Museu da imigração do estado de São Paulo, finalizada com a mostra “Rostos invisíveis da imigração no Brasil”. Em 2022 foi um dos selecionados para o 32° Programa de Exposições do Centro Cultural São Paulo, com o projeto “Áfrikas: Olhares descoloniais”.

Serviço

08/07/2023 (sábado) às 11h00

Inauguração da exposição “Onde o Arco-íris se esconde”- Museu da Imigração do Estado de São Paulo.

A exposição ficará aberta ao público até 30/10/2023.

Rua Visconde de Parnaíba,1316 Mooca, São Paulo.

Horário de funcionamento: De terça à Sábado: 09:00 às 18:00

Aos Domingos: 10:00 às 18:00.

Entrada gratuita.