São Paulo 16/2/2022 – Segundo pesquisa da Nielsen e do Sindicato Nacional dos Editores de Livros, foram vendidos mais de 55 milhões de livros somente em 2021
Uma grande oportunidade tanto para autores já consagrados, como também para os novos escritores que estão recém se lançando, afirma Rafael Rueda Muhlmann, um dos muitos escritores novatos que se beneficiaram com o aquecimento do mercado
Para o mercado editorial brasileiro, o tempo das vacas magras parece ter ficado para trás. O preço dos livros quase não variou e o desconto médio aumentou, mas ainda assim o mercado editorial teve aumento de 29,3% na receita de livros vendidos em 2021. Já o faturamento das editoras aumentou 29,2%.
Os dados são do Painel do Varejo de Livros no Brasil, pesquisa realizada pela consultoria Nielsen BookScan e divulgada pelo Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL).
Em termos de volume foram vendidos um total de 55.012.271 livros no Brasil no ano passado. Em 2020, haviam sido comercializados pouco mais de 42,5 milhões. Já as editoras faturaram R$ 2,28 bilhões no ano passado e R$ 1,76 bilhão no ano anterior. Em 2020, em consequência do fechamento do comércio, o mercado encolheu 8,8%.
Em 2021, o número de títulos vendidos também cresceu 9,7% em relação a 2020. A quantidade de títulos comercializados é aferida por meio do ISBN, espécie de número de identidade dos livros. Em 2021, foram vendidos 408 mil ISBNs.
Presidente do SNEL, Dante Cid atribui os bons resultados ao crescimento do hábito da leitura durante a pandemia de Covid-19. “A retomada do hábito de leitura permaneceu forte, mesmo sob todas as complexidades do ano que passou. Para o ano que se inicia, a inflação em elevação traz um novo desafio, e precisaremos manter a resiliência demonstrada pelo setor até agora”, afirmou em nota.
Segundo Ismael Borges, gestor da divisão Nielsen Book Brasil, 2021 foi “um ano de números superlativos”. Ele aponta que, apesar da inflação de dois dígitos, o aumento do desconto médio “fez zerar a variação do preço médio do livro”. Na comparação entre 2020 e 2021, o preço do livro caiu 0,06%. O desconto médio, no entanto, passou de 23,23% em 2020 para 25,98% no ano passado.
“Os resultados do aumento no volume de livros vendidos beneficiou não apenas os autores já consagrados, mas também os recém-lançados”, destaca Rafael Rueda Muhlmann, um dos escritores que afirma ter sido beneficiado pelo aumento no volume das vendas. “Para minha grata surpresa e da editora, a quantidade de vendas iniciais dos meus dois títulos recém-publicados superaram todas as nossas expectativas, sendo que a procura pelos livros foi muito maior que a demanda prevista inicialmente, algo que acreditamos ser o reflexo do crescimento do hábito de leitura, e que acaba sendo um estímulo adicional para um escritor que está recém-entrando no mercado editorial como eu”, afirma o autor.
O Painel do Varejo de Livros no Brasil também trouxe dados relativos ao mês de dezembro de 2021. Em comparação com o mesmo período de 2020, a venda de livros aumentou 4,9%. Entre 6 de dezembro de 2021 e 2 de janeiro deste ano, foram vendidos 5,4 milhões de livros, cerca de 300 mil a mais do que no mesmo período do ano anterior. Em dezembro, as editoras faturaram R$ 235 milhões, 14,1% a mais do que em 2020.
Desde que o comércio voltou a reabrir, no segundo semestre do ano passado, o mercado livreiro tem andado em rota de crescimento.