Quem foi Rachel de Queiroz e por que ela foi a primeira a ser reconhecida pela Academia Brasileira de Letras? Saiba mais sobre ela e suas conquistas.
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Rachel de Queiroz foi uma grande representante da literatura brasileira e do Modernismo. Ela também é lembrada por ter sido a primeira mulher a ser integrante da Academia Brasileira de Letras (ABL). Qual foi a trajetória dessa escritora brasileira tão inspiradora?
O destaque entre as escritoras brasileiras
A autora nasceu na cidade de Fortaleza, no Ceará, no dia 17 de novembro de 1910 e era descendente de José de Alencar, outro contribuinte extraordinário da literatura brasileira — autor de “O Guarani”.
Com 7 anos de idade, ela se mudou para o Rio de Janeiro, devido a uma seca no sertão cearense retornando para a cidade natal poucos anos depois. Rachel de Queiroz era muito lúcida quanto às ocorrências das secas e os retirantes — algo que definitivamente contribuiu para a criação da sua obra principal “O Quinze”.
Assim que concluiu os estudos na escola, passou a publicar crônicas no jornal “O Ceará”, o qual também lançou seu primeiro romance em folhetim: “História de Um Nome”. Em 1928, a escritora brasileira se interessou por política e até ingressou no Partido Comunista Brasileiro. Anos mais tarde foi presa por esse envolvimento e teve seus livros queimados.
Rachel de Queiroz tinha uma propriedade no interior do Ceará com o nome “Fazenda Não Me Deixes” e a transformou em patrimônio natural por causa dos 300 hectares de caatinga, o bioma predominante da região. Nessa mesma cidade há uma estátua dela sentada em um banco de uma praça. Ela veio a falecer no ano de 2003, deitada em uma rede na sua residência localizada no Rio de Janeiro, por uma doença cardíaca.
Algumas das suas obras de mais sucesso, além de “O Quinze” foram:
As Três Marias
Retrato de uma amizade entre três mulheres de mesmo nome, Maria. Foi traduzido para os idiomas inglês e alemão.
Caminhos de Pedras
Aborda a situação das mulheres na sociedade e o socialismo. O contexto da obra foi a Fortaleza nos anos 30, período onde eram criados muitos grupos de discussão política.
Dôra Doralina
Outra narrativa focada nas mulheres. Dôra, a protagonista, passa de uma condição submissa para ser uma mulher errante e de personalidade forte.
Memorial de Maria Moura
Retrata o percurso de liderança de Maria Moura e seus jagunços desregrados. Foi traduzido para outras línguas (alemão, italiano e francês).
Prêmios obtidos
Pelo teor de parte das suas obras, percebe-se como Rachel de Queiroz foi uma escritora brasileira diferenciada. Antes dos seus 30 anos de idade já havia atingido mais de mil cópias vendidas e o seu primeiro prêmio foi conquistado aos 20. Veja quais foram:
- Prêmio Fundação Graça Aranha (O quinze)
- Prêmio Sociedade Felipe d’ Oliveira (As três Marias)
- Prêmio Saci (Lampião)
- Prêmio Machado de Assis (Academia Brasileira de Letras)
- Prêmio Teatro e Prêmio Roberto Gomes (A beata Maria do Egito)
- Prêmio Jabuti de Literatura Infantil (O menino mágico)
- Prêmio Nacional de Literatura
- Prêmio Camões
- Prêmio Moinho Santista de Literatura
- Título de Doutor Honoris Causa em diversas universidades (Universidade Federal do Ceará, Universidade Estadual do Ceará, Universidade Estadual Vale do Acaraú e Universidade Estadual do Rio de Janeiro)
- Troféu Cidade de Camocim
Além disso, ela conquistou medalhas e outros títulos, inclusive estrangeiros. Seu prêmio na ABL é o mais lembrado, já que depois de 80 anos da criação da Associação nunca haviam eleito uma mulher. Ela proferiu um belo discurso na sua posse, confira-o na íntegra aqui.