Definitivamente preciso ler mais os clássicos, apesar de ter percebido isso ao ter o privilégio de ler “O Morro dos Ventos Uivantes” acabei deixando a ideia um pouco de lado e me dedicando aos grandes sucessos do momento. Não desmerecendo os outros, mas tanto nas obras de Jane como de Emily fica visível o seu maior trunfo, são atemporais. É simplesmente impossível não se identificar com os personagens, bem como suas dúvidas e certezas. Esse foi o meu primeiro, e tão esperado contato com Jane Austen, e certamente não será o último, no momento estou extremamente tentado a ler “Razão e Sensibilidade”
Sempre tive curiosidade para ler Orgulho & Preconceito, afinal sempre ouvi falar muito bem do livro, e ouso dizer que foi o único livro de Jane Austen do qual tive conhecimento até então, porém nunca tive muita curiosidade de conhecer sobre a obra, nem sabia do que se tratava, mas como tinha um leve interesse em conhecer futuramente, nem me atrevi a assistir as adaptações da mesma para o cinema. Dito isto, posso informar que fiquei completamente perdido durante as primeiras páginas do livro, podemos culpar as raras leituras de clássicos, mas acredito que a grande culpada é a própria autora que consegue nos apresentar personagens tão complexos e distintos, o que é extremamente raro atualmente, que tornou árdua a tarefa de visualiza-los mentalmente.
Orgulho & Preconceito é muito mais do que um romance, é um relato onde podemos conhecer um pouco sobre os costumes de antigamente, e entender o motivo de ser de tal forma, o que podemos achar abusivo, como o fato dos pais praticamente obrigarem as filhas a se casarem por conveniência ganha um explicação lógica, tornando mais difícil encontrar argumentos para condenar tais atos. Se tratando do romance, Jane Austen não deixa nada a desejar, conseguimos visualizar todas as nuances e o desenvolvimento de um sentimento tão complexo e de difícil descrição, o que ela faz com maestria. O amor não acontece de uma hora para a outra, o que reforça minha afirmação anterior de que é um livro atemporal.
“A carta talvez comece amarga, mas não termina assim. A despedida é pura caridade. Mas não pense mais nela. Os sentimentos da pessoa que a escreveu, e da pessoa que a recebeu, são agora tão diferentes do que eram então que toda circunstância desagradável associada a ela deve ser esquecida. Devia aprender um pouco da minha filosofia. Pensar no passado apenas na medida em que a lembrança der prazer.”
Página 509
No livro somos apresentados a Familia Bennet composta pelos mais variados tipos. Temos a personagem principal de forte personalidade e uma inteligência admirável (que fique claro, nos dias atuais). O que possibilita um tom irônico a obra em relação as críticas a futilidade das mulheres da época, como esta escrito na sinopse, contrastando com esta personagem, temos uma mãe que é o melhor exemplo de futilidade que conheci, onde seu único objetivo na vida era casar suas filhas, e confesso que suas “crises” que de uma hora para a outra mudava de rumo me tirou inúmeros risos.
A narrativa de Jane Austen, apesar de seguir os padrões da época, é leve e envolvente tornando a leitura extremamente prazerosa. Essa edição lançada pela Penguin Companhia está repleta de informações interessantes, como o prefácio escrito por Vivian Jones e uma Introdução por Tony Tanner. Ao ler um livro que desperta grande interesse, sempre procuro conhecer um pouco mais sobre a história por trás da obra, e fiquei extremamente feliz ao saber que não precisaria recorrer a internet para isso, pois essas informações além de algumas informações, estão contidas nesta edição e algumas outras no Guia de Leitura disponível no site da editora (clique aqui para visualizar), a editora está de parabéns pela atenção dedicada ao livro, assim que tiver a oportunidade estarei conferindo outras obras do selo.