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Quem foi Pixinguinha?

Alfredo da Rocha Viana Filho, mais conhecido como Pixinguinha, foi um músico brasileiro, considerado um dos maiores da história do país. Ele foi instrumentista, arranjador e compositor, sendo um dos maiores representantes do tradicional choro brasileiro. Conheça no nosso artigo um pouco mais sobre a vida do nosso eterno maestro.

 

Origem e infância

Pixinguinha nasceu em Piedade, no Rio de janeiro em 23 de abril de 1897. Ele era filho de um flautista e trabalhador do departamento geral dos telégrafos, Alfredo da Rocha Viana e da Raimunda Viana. Pouco se sabe seus pais e suas origens antes do nascimentos.

O músico nasceu e cresceu junto com dezessete irmãos. Na infância, estudava somente para agradar os pais, pois não se dava bem na escola. Ele era apaixonado mesmo era por música, e ficava quieto no canto da sala ouvindo o seu pai tocar em serenatas que ele promovia.

O seu apelido Pixinguinha é resultado de um nome colocado pela sua avó Edwiges, que nasceu na África. Esse nome deriva do seu dialeto natal, “Pizindin”, que significa menino bom. O termo Pizindin virou Pixinguinha, que iria acompanhar o músico até o fim de sua vida.

Apaixonado por música, Pixinguinha teve suas primeiras aulas de flauta com o seu pai logo aos oito anos de idade. Quando tinha 12 ele já dominava a teoria musical, que foi ensinado por César Borges Leitão. Nesse período Pixinguinha já conseguia tocar flauta, bandolim e cavaquinho, e ainda sonhava em ter uma clarineta.

 

Carreira musical

Ainda em 1911, Pixinguinha compôs sua primeira música, o chorinho “Lata de Leite”. Entusiasmado com o progresso do filho, seu pai importou da Itália uma flauta especial, surgindo assim mais um músico na família.

Levado pelo irmão China, que tocava violão, Pixinguinha foi contratado para o conjunto da “Concha”, casa de chope da Lapa. Logo ganhou fama na vida noturna carioca. Tocou ainda no Ponto, no ABC e no Cassino.

Pixinguinha foi convidado pelo violonista Artur Nascimento para tocar com a orquestra do Maestro Paulino no Teatro Rio Branco. No teste, mostrou perfeita harmonia com a orquestra e logo garantiu seu lugar. Estreou tocando na peça “Chegou Neves”, com o melhor elenco da época.

 

Oito Batutas

No ano de 1918 Pixinguinha e seu amigo Donga foram convocados pelo dono do Cinema Palais para criar uma orquestra que tocava na sala de espera. Foi a partir desse convite que foi formado o grupo “Oito Batutas”, composto por Pixinguinha na Flauta, José Palmieri no pandeiro, José Alves no bandolim, Nelson dos Santos no cavaquinho, Luís de Oliveira no reco-reco, China no canto, piano e violão e Donga e Raul Palmieri no violão.

Esse conjunto musical fez inúmeras apresentações em São Paulo e em Minas Gerais, e logo passou a se apresentar no cabaré “Assírio”, que ficava no subsolo do Teatro Municipal.

No ano de 1926 Pixinguinha começou a dirigir a orquestra no Teatro Rialto. Foi nesse mesmo período que se casou com Albertina de Sousa, uma estrela da campanha de revista que se apresentava ali. No ano seguinte, já com uma nova formação, os Batutas começaram uma turnê na Argentina.

Em 1929 Pixinguinha desfez os Batutas e organizou junto com seu amigo Donga a Orquestra Pixinguinha-Donga, onde gravou diversos discos que continha tangos, chorinhos e sambas.

 

Década de 40 e 50 

Nos anos 40 Pixinguinha trocou a sua flauta por um saxofone e começou a se interessar pelo Jazz. Ele inclusive se tornou um amigo do Louis Armstrong, mas não deixou de ser o grande homem das rodas de choro. Junto com o flautista Benedito Lacerda ele gravou cerca de 34 discos de chorinhos em cinco anos e todas as composições dos discos eram de sua autoria. 

No ano de 1951 ele foi nomeado, pelo então prefeito da cidade do Rio de Janeiro, João Carlos Vital, para dar aulas de música na escola Vicente Licínio, e acabou aceitando o trabalho. Nesse período inclusive ele começou a frequentar o Bar Gouveia com tanta assiduidade que recebeu uma cadeira própria, só dele.

No ano de 1954 Pixinguinha, junto com Donga e João de Barro formaram o conjunto “Velha Guarda”. Entre 55 e 56 ele gravou mais três discos. Foram anos de muitas composições e apresentações para Pixinguinha, confirmando o seu nome entre os principais artistas do país.

 

Últimos anos

No ano de 1962 Pixinguinha foi convocado para fazer a trilha do filme “Sol Sobre a Lama”, junto com o grande Vinícius de Moraes. Nesse período, Vinícius colocou letra na canção “Lamento”. 

Esse foi um dos últimos trabalhos renomados de Pixinguinha. Dois anos depois, em 1964, Pixinguinha sofreu um infarto no coração. No período em que ficou internado ele conseguiu compor vinte músicas, uma por dia.

A saúde dele foi se fragilizando depois desse período, mas nunca deixou de fazer o que amava. Em 1968 ele falou que só queria viver em paz e que tinha medo que a morte “o apanhasse de surpresa”. 

Ele foi casado durante mais de 40 anos com Albertina, mas não tiveram filhos a não ser o adotivo Alfredo, que também tinha dons para música. Vivendo sossegado e com a família ao lado, Pixinguinha nos deixou em 17 de fevereiro de 1973, no Rio de Janeiro. Deixou um legado eterno para a música popular brasileira, se eternizando entre os maiores de nossa cultura.

  

Colaborador Beco das Palavras
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