Euclides da Cunha foi um renomado escritor, professor e jornalista brasileiro. Ele é o autor de uma das obras mais emblemáticas da literatura brasileira, “Os Sertões”
Durante a sua vida, Euclides da Cunha foi enviado para trabalhar como correspondente pelo jornal O Estado de São Paulo para cobrir a guerra no município de Canudos, no Sertão da Bahia.
Foi nesse trabalho que o seu livro “Os Sertões” surgiu. A obra analisa e narra os acontecimentos dessa guerra. Além dessa obra, Euclides da Cunha tem inúmeras outras obras que fizeram ele assumir, no dia 21 de setembro de 1903, a cadeira n.º 7 da Academia Brasileira de Letras.
Infância e juventude
Nascido Euclides Rodrigues Pimenta da Cunha, o escritor veio ao mundo no dia 20 de janeiro de 1866, em Cantagalo, no Rio de Janeiro. Ele era filho de Eudósia Alves Moreira da Cunha e de Manuel Rodrigues da Cunha Pimenta.
Desde criança Euclides viveu entre fazendas no Rio de Janeiro e na Bahia, com seus tios que passaram a criá-lo depois que ele perdeu a mãe.
Aos 19 anos, em 1885, ele entrou na Escola Politécnica, mas por não ter recursos suficientes acabou se transferindo para a Escola Militar da Praia Vermelha. Nesse período, escreveu para a revista de sua escola a obra “A Família Acadêmica”.
Euclides foi acusado de afrontar o Ministro da Guerra do Império, e então foi expulso desta Academia. No ano de 1889 ele seguiu para São Paulo e publicou no jornal O Estado de São Paulo, uma sequência de textos onde defendia os seus ideais republicanos.
Escola Superior de Guerra
Depois que a República foi proclamada, Euclides da Cunha retornou para o Rio de Janeiro e também retornou ao exército. Na Escola Superior de Guerra, ele fez os cursos de engenharia militar, de artilharia e ainda fez bacharel em Ciências Naturais e Fiscais e em Matemática.
Nessa época ele se casou com Ana Sólon Ribeiro, com quem teve seus filhos. Foi promovido a primeiro tenente e começou a dar aulas.na Escola Militar.
No ano de 1893, o escritor foi para o estado de São Paulo para trabalhar na administração da Estrada de Ferro Central do Brasil. Nesse mesmo período foi convocado para servir à Diretoria das Obras Militares, no tempo da Revolta da Armada, que tinha como objetivo derrubar o governo de Floriano Peixoto.
Euclides era leal ao presidente, mas mesmo assim criticou o governo na Gazeta de Notícias. Além disso, se posicional contra os maus tratos aos presos em caráter político dessa época e contra a pena de morte.
Euclides da Cunha foi enviado para Campanha, uma cidade de Minas Gerais, onde ele ficou encarregado de construir um quartel.
Como foi desiludido, decidiu sair do Exército e se dedicar ao estudo dos problemas do Brasil. Nomeado Superintendente de Obras Públicas de São Paulo, em 1896, Euclides da Cunha vai trabalhar em São Carlos do Pinhal.
Guerra dos Canudos
Com a explosão da guerra de canudos no sertão da Bahia, e a sequência de derrotas das forças do governo contra o bando de Antônio Conselheiro, Euclides reiniciou toda a sua colaboração no jornal O Estado de São Paulo.
No ano de 1897 ele foi para a Bahia para cobrir a guerra, ou seja, testemunhar ali próximo tudo que acontecia. As suas mensagens eram transmitidas através de telégrafo, para o jornal de São Paulo. Continuou em Canudos até outubro do mesmo ano.
Os Sertões
Ao sair de Canudos, o escritor foi para São José do Rio Pardo, localizado em São Paulo. Ele foi administrar a construção da ponte que passava sobre o rio.
Nesse mesmo período, ele começou a escrever a sua principal obra: Os Sertões. Esse livro ele só veio a publicar em 1902 e isso o consagraria dentro do cenário cultural do Brasil.
Com esse livro, o escritor pretendia não somente contar o que ele presenciou no sertão, mas no mundo das teorias científicas da época, como o positivismo, determinismo e conhecimento da geografia humana e natural, além da sociologia.
Ele também queria entender e explicar todo o fenômeno de forma científica. A obra constitui toda uma narrativa com um estilo literário, com um fundo histórico e com rigor científico.
Volta ao Rio de Janeiro
Euclides da Cunha foi aclamado como membro do Instituto Histórico e Geográfico brasileiro, além de ter sido eleito para a Academia Brasileira de Letras no ano de 1903.
Ao retornar ao Rio de Janeiro, o escritor trabalhou por um certo período para o Itamaraty ao lado do Barão do Rio Branco. Em 1909, ele prestou um concurso para a cadeira de Lógica do Colégio Pedro II, onde ele deu aulas por menos de um mês, até falecer.
Morte Trágica
A morte de Euclides da Cunha ocorreu de uma maneira muito trágica. Ao suspeitar que estava sendo traído pela esposa, se dirigiu até a casa de seu amante, que era um atirador oficial do exército.
Tentou alvejá-lo, mas não teve êxito. Como resposta, levou três tiros no coração e faleceu. Ele morreu no dia 15 de agosto de 1909, no Rio de Janeiro. Alguns anos depois, o seu filho Solon da Cunha tentou vingar o seu pai, mas morreu igual a ele.