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Abdulrazak Gurnah

Abdulrazak Gurnah é um escritor tanzaniano que ficou conhecido por ganhar o prêmio Nobel de literatura. Ele se refugiou em 1960 na Inglaterra e sempre escreveu em inglês. Por causa de sua vivência, o tema dos refugiados é a base de todo o seu trabalho. Confira um pouco mais sobre a sua trajetória.

 

Biografia

Abdulrazak nasceu no dia 20 de dezembro de 1948 no Sultanato de Zanzibar, hoje na região da Tanzânia. Ele foi obrigado a fugir do país ainda com 18 anos por causa da perseguição contra moradores árabes durante a Revolução do Zanzibar. Chegou na Inglaterra no ano de 1968 como um refugiado.

Durante a juventude ele ingressou na Christ Church College, uma faculdade de Canterbury, onde os diplomas eram concedidos através da Universidade de Londres. Fez o mestrado e doutorado na Universidade de Kent. Ainda no ambiente acadêmico, Abdulrazak deu aula na Universidade de Bayero, na Nigéria, além de ter sido professor de Inglês e de Literatura Pós Coloniais na Universidade de Kent. Atualmente ele é aposentado das salas de aula.

 

Carreira

O autor é responsável por editar dois volumes do livro Essays On African Writing, além de ter publicado artigos de escritores pós-coloniais da contemporaneidade, como Zoe Wicomb e Salman Rushdie.

Ele é um editor da Companion to Salman Rushdie, e desde 1987 também trabalha na revista literária britânica trimestral Wasafiri, responsável por cobrir a literatura contemporânea de todo o mundo. Além disso, ao longo de sua carreira foi jurado em diversos prêmios de literatura, incluindo o Prêmio Caine da Escrita Africana e o Booker Prize.

Grande maioria dos seus trabalhos são baseados no leste africano e, com exceção de um livro, tem protagonista nascido em Zanzibar. De acordo com o crítico de literatura Bruce King, os personagens da África do autor fazem parte de um universo maior e em constante mudança.

Os seus personagens são indesejados, alienados, e por isso, são, ou acabam se sentindo, as vítimas ressentidas. De acordo com Felicity Hand, os livros do autor trabalham muito a solidão e alienação que o processo de emigração pode acabar produzindo, além da questão da busca da alma que ela suscita sobre as identidades fragmentadas, além do próprio significado de “casa”. Os seus personagens, geralmente, não possuem sucesso no exterior depois de emigrar, usando o humor e a ironia para responder a essa situação.

No ano de 2006, Abdulrazak foi eleito para o Royal Society of Literature. Em 7 de outubro de 2021, ficou conhecido mundialmente por ser laureado com o Nobel da Literatura, pela sua penetração intransigente e sua compassiva dos efeitos de um colonialismo e do destino dos refugiados dentro do abismo entre os continentes e suas culturas.

 

Luciana
Jornalista e editora, mestre em rádio e televisão.

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