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José Lins do Rego

José Lins do Rego foi um importante escritor brasileiro. O seu romance “Menino de Engenho” é considerado uma das principais obras primas, e lhe rendeu o prêmio Graça Aranha. Porém, a sua obra-prima, “Riacho Doce”, virou até minissérie de TV.

O escritor integrou ao “Movimento Regionalista do Nordeste”, e é o atual patrono da Academia Paraibana de Letras, sendo eleito também para a cadeira n° 25 da Academia Brasileira de Letras. Confira um pouco mais sobre a trajetória desse escritor imortal.

 

Biografia

José Lins do Rego Cavalcanti nasceu no engenho Corredor, no município de Pilar, Paraíba, no dia 3 de junho de 1901. Filho de João do Rego Cavalcanti e de Amélia Lins Cavalcanti, tradicional família da oligarquia do Nordeste açucareiro.

Fez seus primeiros estudos no internato de Itabaiana e no Colégio Diocesano Pio X de João Pessoa. Depois de testemunhar a decadência dos engenhos de açúcar, que deu lugar às usinas, José Lins mudou-se para o Recife, onde estudou no Colégio Carneiro Leão. Em 1919 ingressou na Faculdade de Direito. José Lins do Rego faleceu no Rio de Janeiro, no dia 12 de setembro de 1957.

 

Carreira literária

José Lins do Rego começou sua carreira literária colaborando com o jornal do Recife e com o semanário Dom Casmurro.

Formou-se em Direito, em 1923 e ligou-se ao grupo regionalista de Gilberto Freire e José Américo de Almeida, que exerceu grande influência em sua carreira.

Em 1924 casou-se com sua prima Filomena Massa, com quem teve três filhas. Em 1925, mudou-se para Minas Gerais, onde exerceu o cargo de promotor público. Em 1926 desistiu da carreira de magistrado e muda-se para a cidade de Maceió, onde trabalhou como fiscal de bancos.

Além das opiniões elogiosas da crítica, sobretudo de João Ribeiro, o livro lhe rendeu o Prêmio da Fundação Graça Aranha. 

Movimento Regionalista

Na capital de Alagoas, Maceió. José do Rego é um colaborador do Jornal de Alagoas. Ele nesse período se tornou amigo de Graciliano Rosa, Aurério Buarque de Holanda, Jorge de Lima e Rachel de Queiroz.

Ele continuou mantendo um bom contato com Olívio Montenegro e Gilberto Freire, no Recife, e fez oposição ao movimento modernista em São Paulo, integrando o movimento Regionalista que buscava “a nova linguagem do Brasil.

 

Menino de Engenho

No ano de 1932 o escritor decidiu publicar o seu romance de estreia, intitulado como “Menino de Engenho”. Esse romance possui características autobiográficas, quando quem narra, o menino Carlos de Melo, vai dizendo da sua infância na fazenda do avô Zé Paulo, onde passou a infância. Essa obra lhe rendeu mais um prêmio da Fundação Graça Aranha.

 

Outras atividades

No ano de 1935, o escritor foi para o Rio de Janeiro quando acabou colaborando com vários jornais, entre eles o Jornal dos Esportes e O Globo. Ele exerceu diversos cargos no futebol. Fez parte da diretoria do Flamengo, chefiou a delegação brasileira para o Campeonato Sul-americano em 1953, entre outras atividades.

O autor também fez inúmeras palestras sobre literatura brasileira, tanto no Brasil quanto no exterior, principalmente nos países do rio da Prata e na Europa. Em 1955 foi  eleito para a cadeira n.º 25 da Academia Brasileira de Letras, feito que o consagrou entre os maiores da literatura nacional.

 

Características da Obra de José Lins do Rego

As obras de José Lins do Rego possuem um fundo bem comum aos outros regionalistas daquele período, como Graciliano Ramos, Rachel de Queiroz e Jorge Amado. Segundo o próprio José, as suas obras são divididas por temáticas, que são:

  • Ciclo da cana de açúcar, cuja ação se desenvolve na região nordestina dos grandes engenhos de açúcar, como Menino de Engenho, Doidinho, Banguê e Fogo Morto – a obra-prima desse ciclo.
  • Ciclo do cangaço, do misticismo e da seca, com Pedra Bonita e Cangaceiros.
  • Obras independentes, mas também vinculadas ao Nordeste, como Pureza e Riacho Doce (que foi transformada em minissérie para a TV), e Água Mãe e Eurídice, onde o cenário se desloca do Nordeste para a cidade do Rio de Janeiro.

Obras de José Lins do Rego

  • Menino de Engenho, romance (1932)
  • Doidinho, romance (1933)
  • Banguê, romance (1934)
  • O Moleque Ricardo, romance (1934)
  • Usina, romance (1936)
  • Histórias da Velha Totônia, literatura infantil (1936)
  • Pureza, romance (1937)
  • Pedra Bonita romance (1938)
  • Riacho Doce, romance (1939)
  • Água Mãe, romance (1941)
  • Gordos e Magros (1942)
  • Fogo Morto, romance (1943)
  • Pedro Américo (1943)
  • Poesia e Vida (1945)
  • Conferências no Prata (1946)
  • Eurídice, romance (1947)
  • Homens, Seres e Coisas (1952)
  • Cangaceiros, romance (1953)
  • A casa e o Homem (1954)
  • Roteiro de Israel (1954)
  • Meus Verdes Anos, memória (1956)
  • Presença do Nordeste na Literatura Brasileira (1957)
  • O Vulcão e a Fonte (1958)

 

Colaborador Beco das Palavras
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