Livro de estreia de Douglas Stuart, A história de Shuggie Bain chega ao Brasil depois de arrebatar a crítica internacional e de ganhar o Booker Prize de 2020, prêmio mais prestigiado da literatura em idioma inglês. Para Margaret Busby, presidente do júri que selecionou o vencedor, a obra está naturalmente destinada a ser um clássico. Antes de chegar às lojas brasileiras, em dezembro de 2021, o romance foi lançado com exclusividade para os assinantes do intrínsecos, o clube do livro da Intrínseca, em outubro.
Saudado como obra-prima pela crítica, A história de Shuggie Bain também atraiu a atenção do grande público. Finalista do National Book Award 2020, foi best-seller do The New York Times e em três dias teve esgotada sua edição de 50 mil exemplares nos Estados Unidos. A trama mergulha na intensa relação do protagonista, um garoto sensível e efeminado que gosta de vestir bonecas e sonha em ser cabeleireiro, com a mãe autodestrutiva, que passa a depender do caçula para tudo. Único dos três filhos disposto a ficar em casa para cuidar de Agnes, Shuggie também passa pelo doloroso processo de afirmação da própria identidade sexual. Ele enfrenta sozinho a impossibilidade de ser como os outros meninos e, por ser diferente, é constantemente reprimido. Em uma das passagens mais tocantes do livro, seu irmão mais velho, Leek, tenta ensiná-lo a andar como um “homem de verdade”.
Antes da sua festejada estreia na ficção, Douglas Stuart trabalhou como designer de moda para grifes como Ralph Lauren, Calvin Klein e Banana Republic. Em A história de Shuggie Bain, que demorou mais de uma década para ficar pronto, Stuart revisita com brilhantismo temas áridos que fazem parte da sua biografia, como o convívio com o vício, a dor da perda e a autoaceitação. Um livro de estreia comovente sobre o amor irrestrito e inexplicável que somente as crianças sentem por seus pais.
The Washington Post