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O Dilema das Redes

O Dilema das Redes é o novo documentário da Netflix e, como qualquer outra produção da gigante do streaming, nos traz algumas surpresas, claro que, nem todas surpresas são boas, afinal, é praticamente impossível agradar gregos e troianos.

Durante seus 89 minutos de duração, somos expostos a diversas frases que invocam uma determinada reflexão e que nos traz a constatação que, todos estamos sujeitos algumas práticas de manipulação.

A primeira exibição do documentário aconteceu durante o Festival de Sundance e, apesar de sua estreia, o documentário não trouxe nenhuma nova perspectiva sobre o universo doentio que tem crescido há muitos anos, ou seja, O Dilema das Redes tem tudo a ver com o mundo negro do terror.

O interessante a respeito deste documentário é o fato dele chamar atenção para o fato de que, as redes sociais e redes de computadores, roubem muito mais do que simplesmente dados. Tanto é que, no documentário, podemos perceber uma certa discussão a respeito dos “10 Argumentos para você deletar suas redes sociais agora” do filósofo da Computação Gráfica Lenier.

Mas não pense que, por causa dessa discussão, o documentário é maçante, pelo contrário, seus produtores souberam como explorar o tema de forma gradativa e extremamente didático fazendo uma ponte com nossa atualidade.

Mesmo assim, sua produção acaba partindo para dramatizações que alguns podem julgar desnecessárias, algo que pode ser observado pelo fato de sermos apresentados a uma família que não passa nenhuma humanidade para o telespectador. 

Apesar que, neste documentário, somos expostos alguns pensamentos urgentes que vão além da obviedade e que, como se não bastasse, uni-se à problemas desoladores e dramatizações que criam um clima bizarro.

A figura central do documentário é Tristan Harris, ex-funcionário do Google que ocupava o cargo de encarregado das práticas de persuasão humana pelas mídias sociais. Atualmente, Tristan desempenha outro papel, luta contra as práticas de empresas bilionárias que utilizam as redes sociais para seus negócios.

É por causa de suas declarações que passamos a nos questionar a respeito do tempo que passamos online, das vezes que rolamos o Facebook em busca de novas atualizações. Poderíamos dizer que isso é apenas mais um delírio de um ex-funcionário, no entanto, Tristan não está sozinho e conta com o apoio de outros profissionais que apoiam suas ideias.

Um detalhe que é discutido e que vale a pena ser trazido à baila: antes das redes sociais, os estudos psicológicos se baseavam na quantidade de dopamina que situações comuns nos traziam, porém, com o surgimento das redes sociais e a necessidade de likes, esses números aumentaram e os profissionais não aprenderam como lidar com tal fato.

Por essas e tantas informações, podemos dizer que o documentário é uma arma sobre as manias que fomos desenvolvendo com o surgimento das mídias sociais, ou seja, entre nós, surge um novo vício, algo que podemos perceber nesta obra, mesmo sabendo da necessidade de afastar, o vício virtual acaba nos prendendo em sua teia.

Não podemos ignorar o fato que, as redes sociais desempenham um papel na sociedade, porém, em contrapartida, já causou grandes males também, como: suicídios e depressão, algo que, se formos analisar, cresceu muito nos últimos anos, principalmente entre os jovens.

Em O Dilema das Redes somos postos de frente à necessidade de estarmos envolvidos em alguma rede social, podemos dizer que é um filme de terror com direito a apertos no coração entre outras emoções dilacerantes que nos fazem refletir: isso é algo que precisamos combater.

 

Assinatura

Luciana
Jornalista e editora, mestre em rádio e televisão.

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