Com amor, Van Gogh, antes de se tornar um filme, foi um projeto que, deixou muitos fãs da sétima arte e do artista, ansiosos para assistirem o resultado de todo empenho por trás da obra. E também, apreensivos. Por se tratar de uma proposta experimental e nova, muitos tiveram dúvidas se seria exibido no cinema na época do lançamento ou não.
Mas, Com amor, Van Gogh, acabou sendo exibido em algumas salas, proporcionando aos fãs que aguardavam com tanto expectativa, um momento de contemplação devido à qualidade do resultado final. Tanto é que o filme foi indicado ao Oscar.
É um tipo de filme que faz o telespectador pensar a respeito da possibilidade, de um dia, criar um filme com um simples clique de seu smartphone, utilizando algumas técnicas utilizadas pelo seu pintor favorito. Imagine algo filmado com as técnicas de pintura de Dalí.
Mas, enquanto essa possibilidade não chega, alguns profissionais precisam pensar em outros caminhos para atingirem tal resultado, foi exatamente o que Dorota Kobiela e Hugh Welchman, pensaram ao conceber Com amor, Van Gogh, utilizando as técnicas de pintura do artista.
Para compor o filme, os diretores contaram com cem pintores que utilizaram as técnicas de Van Gogh para conceber todo o visual do filme, inclusive os sessenta e cinco mil frames do filme. E é por essa razão que Com amor, Van Gogh, se destacou, pela dedicação de seis anos de empenho sobre a obra.
Já surgiu algo semelhante, em 2001 com a animação Waking Life de Richard Linklater, no filme em questão, é possível reconhecer as feições e os movimentos dos atores, entretanto, parecem imersos nos quadros do artista.
E tal efeito leva o telespectador para uma viagem de imersão dentro do universo do grande mestre pós-impressionismo. É como olhar as obras do pintor por um ângulo jamais sonhado por nenhum admirador de sua arte. Em outras palavras: é uma verdadeira sensação extra-sensorial.
Se você chegou até aqui e não conhece a respeito do pintor que inspirou o filme. Vincent Van Gogh foi um dos grandes pintores que o mundo já conheceu, porém, que não teve sua genialidade reconhecida em vida.
Vincent começou a pintar com vinte e oito anos de idade, isso em 1881, entretanto, por causa de sua personalidade conturbada, era encarado por muitos como um louco e por isso, não chamou atenção do público da época, mesmo assim, Vincent produziu grandes obras até seus trinta e sete anos, idade em que tentou se matar com um tiro no peito, mas acabou morrendo dois dias depois por causa dos ferimentos.
Van Gogh pode não ter tido reconhecimento quando estava vivo, porém, até os dias de hoje é considerado um dos grandes nomes da arte mundial. Prova disso são os filmes inspirados em sua biografia, como o próprio em questão que, podemos dizer ser um tributo a obra impar do pintor.
Uma das mais famosas obras inspiradas em Van Gogh é, com certeza, Sede de Viver de 1956. Filme dirigido por Vincente Minnelli e com Kirk Douglas interpretando o célebre pintor. Já Robert Altman, preferiu direcionar sua obra para o relacionamento de Vincent com seu irmão Theo, gerando o filme: Vincent & Theo de 1990. Uma das obras merece um destaque maior devido sua ambição artística, Van Gogh de 1991, dirigido e escrito pelo francês Maurice Pialat.
Com Amor, Van Gogh (Loving Vincent) – Polônia/Reino Unido, 2017
Direção: Dorota Kobiela, Hugh Welchman
Roteiro: Dorota Kobiela, Hugh Welchman, Jacek Dehnel
Elenco: Douglas Booth, Jerome Flynn, Saoirse Ronan, Helen McCrory, Chris O´Dowd, John Sessions, Eleanor Tomlinson, Aidan Turner
Duração: 95 minutos