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Di Cavalcanti

O planeta é dividido em continentes e cada país que formam esses continentes, nada mais comum que encontrarmos uma ou mais línguas sendo faladas. Algumas expressões de arte transcendem essas fronteiras, no entanto, nenhuma é tão dispensável de tradução quanto à pintura e a música instrumental.

As músicas para serem compreendidas em toda sua extensão, precisam ter suas letras traduzidas para o idioma que é falado no lugar; as peças de teatro também; os filmes, novelas, séries, curtas, podem ser legendados. Quanto à arte, é uma língua universal, que todos nós falamos e podemos compreender.

Os apaixonados por essa faceta da arte conhecem e apreciam grandes nomes sem a necessidade de uma tradução, artistas como: Rembrant, Dali, Caravaggio, Van Gogh, entre outros. Você provavelmente já se deparou com a obra de um desses artistas ou até mesmo, das estrelas de nosso país, como por exemplo: Tarsila do Amaral e também Di Cavalcanti.

E é sobre esse último que falaremos a respeito neste artigo. Di Cavalcanti foi um pintor brasileiro que nasceu em 06 de setembro de 1897 na cidade do Rio de Janeiro e faleceu no dia 26 de Outubro de 1976 na cidade do Rio de Janeiro. Além de pintor, Di Cavalcanti foi considerado um ótimo desenhista, ilustrador, muralista e caricaturista brasileiro.

Os trabalhos de Di Cavalcanti foram muito importantes para destacar o movimento de artistas que nascia no Brasil devido às suas características de cores vibrantes que se destacavam dos demais expressões artísticas que aconteciam ao redor do mundo. Di Cavalcanti foi responsável por levar aos seus trabalhos ingredientes da cultura brasileira, apresentando assim, um retrato de nosso país para o mundo.

 

Vida e obra de Di Cavalcanti

Emiliano Augusto Calvacanti de Albuquerque ou como era mais conhecido, Di Cavalcanti, era filho de Frederico Augusto Calvacanti de Albuquerque de Melo e Rosalia de Sena. O pai do jovem Di Cavalcanti era um membro de uma família tradicional pernambucana e do lado materno, era sobrinho da esposa de José do Patrocínio, um grande abolicionista brasileiro.

Di Cavalcanti estudou no colégio Pio Americano, onde aprendeu a tocar piano e também, começou a fazer seus primeiros desenhos para a revista Fon-Fon que acabou se consagrando e destacando devido às caricaturas políticas.

No ano de 1916, Di Cavalcanti mudou-se para São Paulo e passou a cursar Direito na Faculdade do Largo de São Francisco. Mesmo estudando advocacia, Di Cavalcanti nunca abandonou as ilustrações, no entanto, sentiu a necessidade de expandir seus dotes artísticos e começou a pintar. Foi nessa época que começou a frequentar o ateliê de George Fischer Elpons, um artista impressionista e foi neste mesmo ano que faria amizade com Mario e Oswald de Andrade.

No ano de 1922, entre os dias 11 e 18 de fevereiro, Di Cavalcanti idealizou a Semana da Arte Moderna no Teatro Municipal do Estado de São Paulo e fez questão de criar todas as peças de promocionais do evento, algo que chamou atenção dos participantes para seus dotes artísticos.

No ano seguinte fez sua primeira viagem para a Europa e ficou em Paris durante dois anos, onde passou a frequentar a Academia Ranson, e ainda, tendo oportunidade de expor suas obras em diversas cidades. Foi durante essa época que conheceu Pablo Picasso, entre outros intelectuais franceses.

Ao retornar ao Brasil no ano de 1926, Di Cavalcanti passou a fazer ilustrações para o Partido Comunista o qual se se afiliou, mas, depois de algum tempo acabou retornando para Paris, momento em que criou os painéis de decoração do Teatro João Caetano no estado do Rio de Janeiro.

Como todo e bom artista, no ano de 1930, Di Cavalcanti foi encontrado mergulhado em dúvidas a respeito de sua liberdade como artista e homem, enterrado até o pescoço em dogmas políticos. Foi durante esse período que iniciou algumas participações em exposições, no Brasil e no exterior e em 1932, fundou o Clube dos Artistas Modernos, juntamente com outros nomes importantes.

Neste mesmo ano sofreu sua primeira prisão e acabou publicando o álbum “A realidade brasileira”, uma série de doze desenhos que satirizavam o militarismo daquele período da história. Em 1938, voltou para Paris e trabalhou durante algum período em uma rádio.

Di Cavalcanti foi preso uma segunda vez, mas acabou sendo libertado por amigos. Ao se ver livre, regressou para Paris e por lá ficou até os anos quarenta. Depois de algum tempo, recebeu uma medalha de ouro devido a decoração do Pavilhão da Companhia Franco-Brasileira.

Di Cavalcanti acabou deixando Paris com destino para São Paulo, nessa mudança, um lote contendo mais de quarenta trabalhos do pintor brasileiro, despachadas na Europa, acabaram não chegando ao seu destino, os trabalhos desaparecidos foram encontrados nos porões da Embaixada Brasileira.

Di Cavalcanti, devido ao seu talento, tornou-se artista exclusivo da Petite Galerie e ainda, recebeu diversas indicações a cargos, como por exemplo, adido cultural na França, indicado pelo presidente João Goulart. Di Cavalcanti aceitou, chegou a embarcar, mas não tomou posse devido ao golpe de 1964.

Passou a viver em Paris com Ivete Bahia Rocha, a qual chamava carinhosamente de Divina e, neste mesmo período acabou lançando outro livro “Reminiscências líricas de um perfeito carioca”, também desenhou joias para Lucien Joaillier.

No ano de 1971 foi organizado no Museu de Arte Moderna de São Paulo uma retrospectiva de sua carreira e acabou recebendo um prêmio da Associação Brasileira dos Críticos de Arte. Comemorou seus 75 anos no Rio de Janeiro e recebeu títulos honorários importantes destacando sua importância para a pintura nacional.

E no dia 26 de outubro de 1976, falece na cidade do Rio de Janeiro.

 

 Conheça as principais obras de Di Cavalcanti

 

Pierrete, 1922

Pierrot, 1924

Samba, 1925

Samba, 1928

Mangue, 1929

Cinco Moças de Guaratinguetá, 1930

Mulheres Com Frutas, 1932

Família na Praia, 1935

Mulata Sentada, 1936

Vênus, 1938

Ciganos, 1940

Mulheres Protestando, 1941

Arlequins, 1943

Gafieira, 1944

Colonos, 1945

Abigail, 1947

Aldeia de Pescadores, 1950

Nu e Figuras, 1950

Retrato de Beryl, 1955

Cenas da Bahia, 1960

Tempos Modernos, 1961

Tempestade, 1962

Duas Mulatas, 1962

Músicos, 1963

Ivete, 1963

Rio de Janeiro Noturno, 1963

Mulatas e Pombos, 1966

Baile Popular, 1972

 

 

 

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