Victor Hugo foi um poeta e romancista francês do século XIX. Conheça sua trajetória, algumas de suas obras e seus posicionamentos ideológicos.
O autor nasceu em 1802, na França, e era o caçula da família com três filhos. Seu pai, Léopold, era republicano e admirava Napoleão Bonaparte, já sua mãe era totalmente contra o imperador. Léopold era policial e viajava bastante, por isso, Victor Hugo, além de conviver nesse conflito de ideias, conheceu muitos lugares desde a infância.
Outro fato marcante do Victor Hugo ainda garoto é que nessa época ele se apaixonou por Adèle, garota que não tinha aprovação da sua mãe, então o escritor casou-se com ela só no ano de 1822. Juntos, tiveram 4 filhos. A mais velha, Léopoldine, morreu afogada com 20 anos de idade. Victor Hugo ficou extremamente abalado, daí veio o belo poema “À Villequier”.
Aos 76 anos, Victor Hugo sofreu um Acidente Vascular Encefálico, mas conseguiu se recuperar. Aos 80, foi homenageado com um vaso de Sèvres, presente cultural francês concedido somente a soberanos, e com um grande desfile que partia de um ponto próximo a sua residência, no Champs-Élysées, até o centro de Paris. A marcha durou 6h e os participantes usavam flores, como referência à música de Fantine, da obra “Os Miseráveis”.
Ele morreu de pneumonia, três anos depois dessas homenagens, já viúvo e carregando o luto de mais outros dois filhos também falecidos. Victor Hugo foi enterrado em uma cripta compartilhada com Alexandre Dumas e Émile Zola.
Além de “Os Miseráveis”
Sua primeira novela foi publicada quando ele tinha 21 anos de idade, “Han d’Islande”. Desde sempre foi muito talentoso, o que o garantiu reconhecimento desde cedo, como a pensão real de Luís XVIII de França. Em 1827, ele publica “Cromwell” o drama em versos que concretizou o pioneirismo romântico francês.
A seguir, três anos depois, ele inicia sua jornada na literatura engajada com “Os Miseráveis”, que levou 17 anos para ser finalizado. O célebre livro fala de uma França vivendo no intervalo entre a Batalha de Waterloo e as revoltas de 1832. Em uma série de cinco volumes, ele descreve a vida miserável de vários personagens, principalmente Jean Valjean, um ex-prisioneiro.
Depois, nesse gênero, ele escreve “O Homem que Ri”, que se tornou mais um clássico mundial. A história é sobre Gwynplaine, filho de um inimigo de um rei, que é entregue a uma trupe cruel que explora crianças. Um artista saltimbanco o acolhe, junto com outros garotos, e o leitor passa a acompanhar a vida e o crescimento de Gwynplaine ao mesmo tempo que toma ciência de duras críticas à aristocracia.
No aspecto religioso, Victor Hugo foi católico, depois espírita e, por fim, deísta. Esse afastamento da religião tradicional, especialmente do catolicismo, veio especialmente porque ele a considerava opressora e monarquista. No campo da música, ele influenciou muitas composições importantes, ainda mais depois da sua parceria com Franz Liszt.
Além da arte da escrita
Além do comprometimento social e do impacto na música, Victor Hugo desenhava. Ele produziu mais de 4 mil desenhos. Seu traço era bem diferente na época, algo que também pode ter contribuído com o expressionismo e o surrealismo. Ele também inovava, usando até pó de café nas obras.
Victor Hugo também ficou conhecido por algumas frases marcantes, como:
- Amar é agir;
- A esperança seria a maior das forças humanas, se não houvesse o desespero;
- Quando se sabe ver, encontra-se o espírito de um século e a fisionomia de um rei até na aldrava de uma porta.
Esse último pensamento pode gerar uma reflexão interessante sobre arquitetura e filosofia, para entender, acesse a obvious.