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O Nome do Vento

Demorei 1 mês e meio para ler o livro, e simplesmente não sei o motivo, afinal o livro tem uma ótima estória, é envolvente e tem personagens cativantes, e mesmo assim demorei muito mais do que o comum. Confesso que no inicio senti dificuldades para me prender a leitura, afinal além de se tratar de um “cenário” totalmente novo os nomes dos personagens são diferentes, porém com o tempo isso deixa de ser um problema. Kote (nome adotado por Kvothe, após aparentemente se aposentar) é o proprietário da hospedaria Marco do Percurso.

“Meu nome é Kvothe, com pronúncia semelhante à de ‘Kuouth’. Os nomes são importantes, porque dizem muito sobre as pessoas. Já tive mais nomes do que alguém tem o direito de possuir…” ”…Mas fui criado como Kvothe. Uma vez meu pai me disse que isso significava ‘saber’.”(página 58)

Como disse, a principio o livro não me prendeu, ele foi fazer isso no momento em que Kvothe passa a narrar sua história de vida para que um Cronista a escreva, e partir desse ponto temos muitas cenas de ação, romance, vinganças e aventuras. E foi nesse ponto que me vi completamente viciado na trama. Meu tempo para leitura reduziu muito nos últimos meses, agora só consigo ler durante o percurso de onibus para meu trabalho, e todo dia era complicado me concentrar no mesmo, simplesmente não conseguia tirar esse livro da cabeça (Valeu Sextante, se eu for demitido quero uma vaga ai! rs)

Kote não passa do proprietário de uma hospedaria, porém Kvothe é um mito, um herói, um vilão, um demônio e uma lenda.

Já resgatei princesas de reis adormecidos em sepulcros. Incendiei a cidade de Trebon. Passei a noite com Feluriana e saí com minha sanidade e minha vida. Fui expulso da Universidade com menos idade do que a maioria das pessoas consegue ingressar nela. Caminhei à luz do luar por trilhas de que outros temem falar durante o dia. Conversei com deuses, amei mulheres e escrevi canções que fazem os menestréis chorar. Vocês devem ter ouvido falar de mim.” (página 58)

Kvothe nasceu na trupe dos Edena Ruh, e foi criado com um verdadeiro artista. Durante uma das viagens encontra Ben, seu primeiro grande tutor e passa a ser iniciado nos mistérios da mágia. Sim o livro é repleto de mágia, demônios e muitas outras coisas, porém isso fica basicamente no pano da trama, onde os relacionamentos e sentimentos tem um peso muito maior. O pai de Kvothe era um grande músico e após cantar sobre um tema proibido acaba condenando a morte toda sua trupe, assassinados pelo Chandriano (um personagem misterioso, e que vamos conhecendo um pouco mais no decorrer da trama). Kvothe foi o único sobrevivente do massacre.

Kvothe precisou se virar sozinho, e assim o faz vivendo como um indigente, ora na floresta e após nas ruas da cidade, sempre tirando grande aprendizado de tudo o que acontece em sua vida. E assim permanece até ouvir um senhor contar uma história, uma que trouxe a tona lembranças a muito guardadas em um canto inacessível, junto veio algo mais perigoso, sede de vingança. Kvothe parte em busca de uma vaga para a Universidade, onde poderá aperfeiçoar o que sabe e aprender mais sobre magia além de ter a sua disposição o maior acervo de livros existente, onde poderá aprender mais sobre o Chandriano e arquitetar seu plano de vingança.

Apesar de Kvothe aparentemente ter a sorte ao seu lado, nada vai ser tão fácil como ele imaginara, afinal é preciso dinheiro para entrar e continuar na Universidade, é preciso conviver com estudantes ricos, com os que se sentem ameaçado, com professores lunáticos e uma disciplina rigorosa, onde açoitadas são um castigo comum. Mas o que mais me chamou a atenção no livro, é que diferente dos outros, conseguimos vibrar com as vitórias de Kvothe, onde os culpados são punidos e não ficamos frustrados vendo o nosso personagem entrando em encrencas e os culpados saindo ilesos. Sem contar que Kvothe sabe argumentar como ninguém, realmente Ben teria ficado muito orgulho, mesmo Kvothe não tendo lido praticamente nada de Retórica e Lógica.

De todas as formas, esse foi um livro que me surpreendeu, apesar de ler umas 2 resenhas do mesmo, não esperava que fosse tão bom como o mesmo se mostrou, recomendo a todos que gostem de uma ótima leitura. Segundo a Sextante o segundo volume da série está previsto para o 2º semestre desse ano com o nome original de Wise Man’s Fear, lançado a pouco mais de 1 mês nos EUA, acessem o site do livro e fiquem por dentro das novidades (clique aqui). Agora se me dão licença, vou tentar me controlar para não lê-lo novamente, afinal minha pilha de livros está enorme. Ah, mais uma coisa… em breve vamos sortear um exemplar desse livro entre nossos leitores, cortesia da Editora Sextante. Comentem e divulgue! Até a próxima.

 

Por Júnior Nascimento

Colaborador Beco das Palavras
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