Home>Cultura>A primeira muralha da Turma da Mata

A primeira muralha da Turma da Mata

Em um mundo governado pela autocracia, um tipo de minério conhecido por calerium era o motor da economia entre reinos. Suas propriedades especiais, proporcionaram uma evolução das sociedades, mas também um clima de grande disputa. Um deles, guiado por Leonino I, descobriu uma grande mina e passou a ser reconhecido pelo vasto material em suas terras. Com o tempo, outros reinos começaram a guerrear com Leonino I, o que fez com que ele cercasse seu reino e explorasse a população local para a obtenção de seu tesouro mineral.

GRAPHIC-MSP_LOGOMARCA-e1480888478111Este é o cenário da Turma da Mata – Muralha, o primeiro sobre o grupo antropomórfico lançado pelo selo Graphic MSP, que revisita os personagens clássicos de Maurício de Sousa. O cenário político de luta de classes, casos de família, traição e perseguição são as principais chaves da história lançada pelo selo da Maurício de Sousa Produções em 2015.

Os personagens centrais de Turma da Mata são introduzidos na história a partir de sua ordem cronológica, vinte anos após um assalto que culminou na morte do líder da mata e do rei Leonino I. Jota, o trapalhão elefante que se sente diminuído no grupo por ter sido doutrinado no reino, parte em busca de sua origem, enfrentando medos e transpondo paradigmas para, enfim, se unir ao restante da Turma. Seu par romântico clássico das histórias de Maurício de Sousa, a formiga Rita Najura, é uma espiã que entra em conflito com o grupo e consigo para tentar se encaixar e, também, pela sua atuação, é peça chave para a desconfiança, mas também para o despertar de Jota no enredo.

O Coelho Caolho, que nesta história realmente fica caolho, é o amigo leal ao sentido de resistência da Mata, mas também responsável pela divisão do grupo. Acompanhado por Raposão (que na minha esperança vã de isso tudo se tornar um desenho, só consigo pensar em Sérgio Stern, dublador de Mordecai de Apenas um Show como a voz que guia todo o grupo), que proporciona um olhar estratégico ao contexto histórico. O círculo principal da Turma se fecha em Tarugo, uma tartaruga equipada com um exoesqueleto de guerra, abastecido por calerium, que lhe permite agilidade na batalha, além de seu comportamento sistêmico na preparação de equipamentos e suporte técnico.

Do outro lado da batalha, vemos Leonino II, um rei sem coroa, cercado por traições, artimanhas e companheiros cegos diante de um sistema corrompido. É o caso de Luis Caxeiro, que permanece como o puxa-saco oficial do rei, envolto de uma atmosfera criminosa, digna de alta espionagem.

O clima sessão da tarde nos prende de início ao fim nesta história de aventura. A sequência histórica é surpreendente, principalmente, pela inclusão de flashbacks pontuais para contextualizar a luta da Turma da Mata contra o sistema autocrático, mas, também, pelo desenvolvimento das sub histórias que podem render mais duas revistas para Artur Fujita, Roger Cruz e Davi Calil.

YK Teles
Jornalista e aprendiz.
https://becodaspalavras.com/

Deixe uma resposta