Às 22 horas no Brasil é comum os shoppings fecharem suas portas. Os clientes vão embora e pouco depois os lojistas pegam suas coisas e fazem o mesmo. Mas o que muitos não sabem é que o shopping nunca fica vazio: ele funciona 24 horas.
Muitos de nós temos esse sonho: passar a noite em um shopping, andando pelas lojas e brincando. Já vimos isso em filmes. A primeira vez que tive a oportunidade de viver isso foi em 2009. E mais mágico ainda, porque passei minha primeira noite (de muitas outras) dentro de uma livraria.
A vida noturna do shopping
Saem de cena os clientes, entram no palco os trabalhadores. Pode parecer estranho: mas quantas vezes vimos obras dentro de um shopping? Sempre, vemos algum tapume fechado, mas já ouviu aquela barulheira de obras sem fim que escutamos quando estão reformando ou construindo na nossa casa ou no bairro? A resposta é não porque raramente é feito algo durante o dia.
É porque essas obras só acontecem, em sua maioria, durante a madrugada. É nesse período que vemos pedreiros, vidraceiros e várias pessoas carregando material de obras e andando pelos corredores. Também vemos alguns lojistas que estão ali para outros serviços extras: seja de limpeza, organização de estoque, inventário ou trabalho extra.
Para minha surpresa não foi nada glamuroso, tampouco o shopping estava silencioso. Vou explicar por partes, para não confundir ninguém.
Fecha-se as portas, começa-se trabalho
Eram 22:00 quando começamos a entrar para o trabalho. O processo seria longo como a noite. Nesse dia a livraria Siciliano fecharia as portas para sempre e começaria a reforma para uma nova loja.
Imagine então encaixotar centenas de livros, mante-los organizados para retornar dentro de um mês. Não foi fácil. Ficamos até as 8:00 da manhã abrindo e fechando caixas, cheio de livros.
Noite adentro
Mas o bom de trabalhar em equipe é a diversão: dançamos, cantamos, rimos e nos cansamos juntos.
De vez quando paravamos para ir ao banheiro e andar no shopping. Somente um banheiro fica aberto na madrugada, e as vezes é preciso atravessar o shopping. Nessas idas e vindas encontrávamos outros trabalhadores, fazendo obras ou inventariando algum estoque e virariam a madrugada.
Ao mesmo tempo que o shopping estava silencioso, sem música e barulho de pessoas, estava também movimentado. O barulho de construção estava em todos os corredores. Foi uma visão bem diferente de estar em um shopping funcioando a todo vapor.
Saímos de lá em horário recorde: essa era a maior loja da cidade (2 pavimentos) e muita coisa para fazer. mas conseguimos. Entramos a noite e saímos com a luz dos primeiros raios de sol. Chegamos em casa exaustos e só queria dormir o dia inteiro (e o fiz). Mas jamais esqueci essa primeira expriência (porque ocorreram outras).
Mas deu uma tristeza fechar uma loja. Mesmo sabendo que em um mês voltaria a montar uma nova loja, deu um frio no estômago fazer isso.
Noossa é um lado que quem frequenta não sabe. Choquei.Estamos te seguindo. Se puder retribuir ; ) https://garotadramablog.wordpress.com
Nosso blog é sobre comportamento, novidades e viagens. Tem vaaarios posts lá.
Sim, ninguém imagina como é esse outro lado. Mas ainda tem mais histórias. Espero que voltem para ler mais. abraços
Que interessante ao mesmo tempo bucólico, não?