Se você conhece “Os sofrimentos do jovem Werther”, do alemão Goethe, então já leu a primeira obra romântica publicada
Diferente dos movimentos anteriores que foram artísticos, o Romantismo é considerado estético. Ele se deu entre o final do século XVIII e início do século XIX.
Surgiu em um momento de grandes rupturas na Europa, em que a burguesia se tornava a classe dominante. Dessa forma elas substituíram as monarquias em diversos processos revolucionários.
Entre esses processos, podemos citar a famosa Revolução Francesa. Dessa forma a arte Romântica representou o pensamento dessa nova classe que surgiu.
Principais características
Se tratando de um período de revoluções, os monarcas e colonizadores eram sempre questionados. Essa abordagem feita pelas novas gerações, davam ao mundo uma nova visão.
Por isso, a maior característica do Romantismo é o Nacionalismo.
Ou seja, os românticos incentivam o enaltecimento da pátria, o retorno ao passado histórico e a criação do herói nacional.
A exaltação da natureza também está presente no nacionalismo, pois ela é vista como uma extensão da pátria.
Além disso, temos uma incansável busca pela liberdade. Não é à toa que o lema da Revolução Francesa era “Liberdade, Igualdade, Fraternidade”.
Dessa forma, as formas Clássicas foram substituídas por emoções, subjetividade e individualismo.
E foi nesse momento, também, que surgiu o primeiro público consumidor. Por conta disso, os romances passaram a ser feitos em folhetins.
Outros pontos importantes são:
- Narrativa ampla refletindo uma sequência de tempo;
- Uso de versos livres e versos brancos;
- Idealização da sociedade, do amor e da mulher;
- Sentimentalismo e supervalorização das emoções pessoais;
- Subjetivismo e egocentrismo;
- Saudades da infância;
- Fuga da realidade.
O Romantismo no Brasil
No Brasil, o marco inicial do Romantismo se deu por duas publicações de Gonçalves de Magalhães. Foram elas “Revista Niterói” e o livro de poesias “Suspiros poéticos e saudades”.
Ambos publicados em 1836 deram início à Primeira Geração Romântica e o país foi marcado por três gerações.
- Primeira Geração Romântica: período entre 1836 e 1852, que levou o nome de “Nacionalismo-indianismo”. Com o Brasil recém independente, as pessoas foram tomadas por pensamentos nacionalistas. Com isso os escritores buscavam temas que definissem uma identidade mais nacional. Assim, o tema do índio é muito explorado nessa fase.
- Segunda Geração Romântica: período entre 1853 e 1869, levou o nome de “Ultrarromântica” ou a Geração “Mal do Século”. Nesse período as escritas são marcadas por temas de morte, amor não correspondido, tédio, insatisfação e pessimismo.
- Terceira Geração Romântica: período entre 1870 e 1880, que levou o nome de “Geração Condoreira“. Isso porque o momento foi marcado pela liberdade e uma visão mais ampla. Essas características são comuns da ave Condor. Aqui, a busca pelo nacionalismo continua, porém, também focado na identidade negra do país.
Igual ocorreu na Europa, o Brasil também passou por movimentos que iam contra a submissão forçada pela metrópole. Alguns desses marcos foram a Inconfidência Mineira e a Independência do Brasil.
Nesse caso, é importante citar que, a libertação dos escravos e a Proclamação da República são acontecimentos importantes. Eles estão altamente ligados à cultura do Romantismo.
Principais obras e autores do Romantismo
Os sofrimentos do jovem Werther – Goethe
Os miseráveis – Victor Hugo
Notre-Dame de Paris – Victor Hugo
Viagens na minha terra – Almeida Garret
Amor de perdição – Camilo Castelo Branco
Primeiros cantos – Gonçalves Dias
Segundos cantos – Gonçalves Dias
Iracema – José de Alencar
O Guarani – José de Alencar
Senhora – José de Alencar
Lira dos vinte anos – Álvares de Azevedo
Noite na taverna – Álvares de Azevedo
Espumas flutuantes – Castro Alves