Os teóricos como Nicolau Maquiavel, Jean Bodin, Jaime VI da Escócia e I de Inglaterra, Jacques-Bénigne Bossuet e Thomas Hobbes acreditavam no sistema onde o poder se concentra em um soberano
O absolutismo se trata de um sistema administrativo e político muito comum nos países da Europa dos séculos XVI ao XVIII. Nesse sistema, o soberano costumava centralizar os poderes do estado todos nas suas mãos, sem prestar nenhum tipo de conta para a sociedade.
Com a intenção de controlar revoltas do campo, parte da nobreza apoia que o rei seja cada vez mais poderoso. Igualmente, o monarca passa a receber o auxílio da classe burguesa, pois a centralização do poder significa a padronização de políticas monetárias e fiscais.
O clero é outro setor que admirava esse movimento, pois era uma maneira da igreja se manter isenta de pagamento de impostos e conseguiria cobrar diversas taxas.
Para concentrar todo o poder nas suas mãos, o rei teve que acabar com exércitos particulares, proibiu a cunhagem das diferentes moedas e centralizava a administração. Se você tem interesse em se aprofundar nesse assunto, continue lendo os próximos tópicos.
Teóricos absolutistas
Os teóricos do absolutismo escreveram sobre esse regime político que estava nascendo. Nicolau Maquiavel foi um dos principais, pois ele era defensor convicto do estado e dos fortes soberanos, que acreditava ter que lançar mãos de todos os meios para garantir a continuidade no poder. Porém, ele separava o poder da religião, alegando que política era algo puramente racional, sem necessidade do espiritual.
Thommas Hobbes foi outro teórico do absolutismo, que acreditava que para fugir da guerra e do estado da barbárie, os homens se uniram em um contrato social e atribuíram todos os poderes a um líder para que ele os protegesse. Esse líder, por sua vez, teria que ser forte para garantir a prosperidade e paz.
Jean Bodin por sua vez associava o estado ao seu próprio núcleo familiar, onde o poder seria totalmente limitado, tal qual um chefe familiar. Dessa forma, o absolutismo seria um tipo de família onde todos devem obediência a um líder. O líder seria encarregado de provê-los e protegê-los.
Jacques-Bénigne Bossuet defendia o absolutismo de acordo com o “direito divino dos reis”. Para o teórico, o poder entregue por Deus para o soberano e, dessa forma, a vontade do rei era a vontade divina. Ele foi o principal defensor do absolutismo do rei Luís XIV.
Estado Absolutista
O estado absolutista costuma se caracterizar pela centralidade do poder e por fazer valer a mesma lei em todo território comandado pelos reis. Desta forma, o rei é o responsável por administrar somente com o suporte de alguns ministros. Em certos países, existiam assembleias, mas estas só se reuniam quando eram convocadas pelo rei.
O absolutismo estabeleceu toda uma burocracia que era capaz de ajudar o estado. Isto significa que apenas o governo centralizado estabeleceria os padrões fiscais e monetários iguais para todos. Dessa forma, antigas medidas como “onça” e “varas” foram sendo abandonadas e substituídas pelos “metros” e “quilos”.
Somente o rei soberano poderia cunhar as moedas e garantir o seu valor. A segurança e a conservação das estradas também eram de responsabilidade real, uma medida que agradou muito a burguesia.
Do mesmo modo, apenas um idioma foi determinado para se tornar a língua fala no reino. Um exemplo foi o reino francês, em detrimento de línguas regionais. Vemos o fenômeno ocorrer na Espanha e até mesmo no Brasil, quando foi proibido o uso da “língua geral”.
Reis absolutistas
Os principais reinos do absolutismo foram a Inglaterra, Espanha e a França. Na Espanha, a unificação política e esse período se deu início no ano de 1469, através do casamento do rei Fernando de Aragão e a rainha Isabel de Castela. A centralização foi concluída no reinado do seu neto, o rei Felipe II.
Na França, foi consolidado o poder absolutista na pessoa do rei Luís XIV, o rei Sol, durante a dinastia Bourbon. Já na Inglaterra, o absolutismo do rei Henrique VIII também foi muito apoiado pela classe burguesa, a qual consentiu no fortalecimento de poderes monárquicos em detrimento dos poderes parlamentares.
Todavia, com a difusão dos valores iluministas e da Revolução Francesa, os valores que sustentavam o período conhecido como o “Antigo Regime” ruíram derrubando todo aquele sistema.