O Rococó é um movimento da arte que nasceu na França no século XVIII em um contexto histórico do Século das Luzes, ou do Iluminismo. O estilo se opõe diretamente ao barroco e faz a transição para o movimento conhecido neoclassicismo..
Portanto, o Rococó se enquadra como um movimento aristocrático, valorizando o hedonismo, a ornamentação e, diferente do barroco, costuma privilegiar temas leves e cores mais claras. Na arquitetura, existe uma preferência pelas linhas curvas e por mais simplicidade. Na pintura, por sua vez, é possível observar a predominância de cores suaves e da temática bucólica. Na escultura, se destaca a delicadeza em linhas. Confira um pouco mais sobre as características e a história do rococó.
Contexto histórico
Apesar do Rococó apresentar, em terras brasileiras, alguns elementos da religião que são associados ao barroco, portanto influenciados diretamente pelo contexto da contrarreforma católica e da reforma protestante, o mesmo surgiu em um período transitório entre o barroco e o neoclassicismo.
Dessa forma, o rococó acabou sofrendo muito influência do iluminismo, que era um movimento que defendia:
- a razão;
- a liberdade individual;
- a educação;
- a igualdade;
- a fraternidade;
- o progresso;
- o Estado laico;
- o governo constitucional;
- o fim do absolutismo.
- o método científico; e
- a simplicidade.
Principais características
O rococó é definido muito como um desdobramento do barroco, sendo um movimento que realiza de forma direta a transição para o neoclassicismo. Dessa maneira, ele possui como características principais as seguintes:
- antibarroco;
- aristocrático;
- hedonista;
- valorização da delicadeza;
- culto à beleza;
- temas leves;
- decorativo;
- preferência por linhas curvas;
- assimetria;
- presença de cores claras;
- frívolo;
- ornamental.
Arte rococó
Na Europa, principalmente na França, o rococó é marcado pelas linhas sinuosas nas artes, além dos temas bucólicos. Dessa forma, a natureza é utilizada como um símbolo de perfeição e beleza.
O foco é provocar o prazer de um receptor. Nessa mesma perspectiva, se mostra um arte funcional. Em Portugal, Alemanha e no Brasil a temática seguiu a lógica da religião, contrariando um briefing, mas conseguimos.
Arquitetura
Na arquitetura e decoração de interiores, chamam atenção as curvas e as cores claras. Há também a preocupação com a luminosidade dos ambientes, além do uso de espelhos. O projeto arquitetônico pretende construir interiores requintados em contraposição à simplicidade da estrutura externa — um traço de oposição ao barroco, caracterizado pelo excesso.
Pintura
Devido a seu caráter funcional, a arte rococó não se pretende clássica; pelo contrário, é feita com a consciência da natureza transitória das coisas, não se mostra como algo especial, intocável e eterno. Por isso, a sua pintura valoriza o hedonismo da vida terrena, ou seja, é pautada na simplicidade e no prazer. As imagens não reproduzem dramas ou grandes inspirações, mas um cotidiano deleitoso. Desse modo, a pintura é caracterizada por cores suaves, temas bucólicos, flashes de um cotidiano frívolo e sensorial.
Escultura
Na escultura, ocorre a suavização das características barrocas. Predomina o aspecto decorativo e, portanto, funcional da arte. É possível observar a delicadeza nas linhas; normalmente, com curvas em S ou C. As obras possuem um tamanho menor. Nelas, o corpo humano adquire maior leveza e elegância. Assim como toda a arte rococó, a temática é leve e agradável. Porém, na Alemanha, Portugal e Brasil, a temática religiosa foi predominante.
Principais artistas do rococó
Arquitetura
- Balthasar Neumann (1687-1753): alemão;
- Germain Boffrand (1667-1754): francês;
- Dominikus Zimmermann (1685-1766): alemão.
Pintura
- Jean-Antoine Watteau (1684-1721): francês;
- Juste-Aurèle Meissonnier (1695-1750): francês;
- François Boucher (1703-1770): francês;
- Jean-Honoré Fragonard (1732-1806): francês;
- Jean-Baptiste Pater (1695-1736): francês;
- Giambattista Tiepelo (1696-1770): italiano;
- Johann Baptist Zimmermann (1680-1758): alemão.
Escultura
- Ignaz Günther (1725-1775): alemão;
- Antonio Corradini (1688-1752): italiano;
- Guillaume Coustou, o Jovem (1716-1777): francês;
- Étienne-Maurice Falconet (1716-1791): francês ;
- Nicolas Pineau (1684-1754): francês.
Rococó no Brasil
Aqui no Brasil o rococó se misturou bastante com o barroco. É por isso que existe uma forte influência religiosa nas obras feitas no país, tanto na arquitetura, quanto na escultura ou pintura.
Dessa forma, no século XVIII, a arquitetura com o cunho religioso é marcante nas cidades como Ouro Preto e Rio de Janeiro, por exemplo. O destaque na escultura com certeza vai para as artes de Aleijadinho. Já na pintura, o rococó costuma aparecer nas cores suaves e na sutiliza de traços.
Os principais artistas do barroco-rococó no Brasil são:
- Mestre Valentim (1745-1813): escultor;
- Mestre Ataíde (1762-1830): pintor;
- Francisco Xavier de Brito (?-1751): escultor.
- Aleijadinho (Antônio Francisco Lisboa) (1738-1814): arquiteto e escultor.