Durante os três dias de Projeta Rocinha exibiu longas, curta-metragens e clipes nacionais.
Durante três dias, a maior favela da América Latina foi cenário para uma iniciativa cultural apaixonante e inédita: o Projeta Rocinha. Longas de sucesso nacional, curtas, clipes musicais e produções da comunidade passaram entre os dias 22 e 24 de janeiro em uma “tela” gigante e natural, a pedra do Morro Dois Irmãos.
A projeção criou um cinema ao ar livre e gratuito para os moradores que puderam curtir a programação de forma segura e protegidos da pandemia. Cada um assistiu dentro de suas casas, pelas janelas ou lajes e com o áudio transmitido pela rádio da favela. Foi uma nova forma de levar arte para as pessoas em plena pandemia do coronavírus.
Grande evento, sem aglomeração
“Foi emocionante apresentar o cinema nacional para a comunidade dessa maneira tão incrível e tão original. Cada um ouvindo de sua casa, com seu rádio, com sua caixa de som. Todos experimentando a mesma emoção, mas sem aglomeração”, afirmou Mariana Marinho, diretora e coordenadora-geral do evento.
Um dos objetivos da iniciativa foi mostrar também a força e a potência da Rocinha. Isso deu espaço aos movimentos culturais já existentes na favela. A comunidade marcou presença através dos vídeos que mostram projetos como a Escola de Música, o trabalho de reciclagem de lixo e outros.
Outra ação com participação da comunidade foi a “Se Projeta!” em que os moradores enviaram fotos para o instagram do evento e foram projetadas no Morro Dois Irmãos. Houve mais de 200 imagens exibidas no dia de encerramento do evento. Diferentes interações e brincadeiras também ocorreram durante as noites de exibição.
Durante o evento, as luzes da Rocinha piscaram em uma resposta dos moradores ao pedido de Mônica Pimentel, locutora da rádio comunitária. Ele pediu para que apagassem e acendessem as luzes demonstrando estarem felizes com o evento. O resultado foi um efeito visual formado por várias luzes piscando como resposta.
Renato da Rocinha, Luís Melodia e Babu Santana foram homenageados como homens negros e oriundos de favelas. Babu esteve presente no domingo, dia 22, e foi entrevistado pela rádio comunitária, falando do prazer de voltar à Rocinha.
Filmes nacionais se destacam no evento
Em um ato de afirmação da importância do cinema nacional, os três longas-metragens exibidos foram sucessos de público.
Foram eles: “Minha Mãe é uma Peça 3”, de Susana Garcia, “Fala sério, Mãe!”, de Pedro Vasconcelos e “Gonzaga: De pai para filho”, de Breno Silveira. A escolha foi feita por representantes e artistas da comunidade. Os longas foram antecedidos por curtas-metragens e clipes musicais com curadoria artística de Mônica Nêga.
O Projeta Rocinha pela produtora Mariana Marinho, da Dona Rosa Filmes. Foi correalizado pela Casa de Cultura da Rocinha, presidida por Maurício Soca – morador e produtor cultural da Rocinha. A projeção foi da Visual Farm, estúdio especializado que concebe e realiza espaços narrativos com uso intensivo de tecnologia.
O patrocínio da Antarctica através da Lei de Incentivo de Incentivo à Cultura do Estado do Rio de Janeiro.
Os apoiadores do projeto inclui Gilberto Gil, Paulo Gustavo, Babu Santana, Titãs, entre outros.
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