Desde 2014, o mês de setembro é destinado à organização do Setembro Amarelo, uma iniciativa que tem como objetivo para a prevenção do suicídio, por meio de campanhas, ações culturais, panfletos.
Organizado pela Associação Brasileira de Psiquiatria, em parceria com o Conselho Federal de Medicina, a campanha acontece o ano todo. No entanto, é no dia 10 de setembro que acontece efetivamente o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio.
No Brasil, estima-se que o número de suicídios alcance 12 mil pessoas anualmente (6 pessoas a cada 100), sendo cerca de 1 milhão no mundo.
Desses números, mais de 95% dos casos é decorrente de transtornos mentais, como a depressão, bipolaridade, esquizofrenia e uso de substâncias.
De fato, entendemos que este assunto, apesar de espinhoso, não deve ser deixado de lado. Ao contrário, como parte de uma sociedade, devemos falar ele, no sentido de evitarmos que mais casos aconteçam.
“O primeiro passo para a prevenção é falar sobre o suicídio. Ele deveria ser tratado como a aids e o câncer de mama, cujas campanhas de prevenção foram fundamentais para diminuir a incidência das doenças”, diz a psicóloga Karen Scavacini.
O tema na literatura
A literatura tende a expressar o sentimento de uma pessoa em específico, ou da comunidade a que faz parte.
Portanto, não é de espantar que existam obras que abordem o suicídio. Seguem algumas.
Os sofrimentos do jovem Werther (Goethe, 1774)
O enredo é construído por meio de cartas que o protagonista Werther envia ao seu amigo Wilhelm, para contar uma paixão profunda por Charlotte — comprometida com outra pessoa.
Dessa forma, a história é sensível, quase melancólica, uma das que inauguraram o gênero Romântico.
“Não posso pedir em minhas preces: “Deixe-a para mim!” e, contudo, muitas vezes, parece que ela é minha. Não posso pedir em minhas preces: “Dê-me-a!”, pois, pertence a outro. Fico gracejando com as minhas mágoas; se não me contivesse, faria uma ladainha de antíteses.”
A redoma de vidro (Sylvia Plath, 1963)
Narra a história de uma jovem chamada Esther Greenwood, uma estudante exemplar, que sofre de depressão.
Ela se muda de Boston para morar em Nova Iorque, para ser estagiária de uma importante revista de moda.
Assim sendo, a narrativa relata a convivência da protagonista com outras jovens, e a experiência ao voltar para casa, em seu problemático relacionamento com a mãe.
“Nem parecia que estávamos no verão. Eu podia sentir o inverno chacoalhando meus ossos e fazendo meus dentes baterem, e a grande toalha branca que eu havia trazido do meu quarto descansava sob a minha cabeça como um monte de neve”.
O despertar (Kate Chopin, 1899)
O despertar é um livro curto, porém delicado e impactante.
Edna Pontellier é casada e mãe. Em uma viagem de férias, ela se apaixona por um outro homem, Robert Lebrun.
A protagonista angustia-se sobretudo com o fato de estar apaixonada, e tenta ao máximo esconder seus sentimentos. Com a volta à rotina, Edna se sente infeliz com suas obrigações com a casa e com os filhos — em suma, não consegue esquecer Robert.
Quando a personagem se percebe melhor, ela e Robert acabam se reencontrando novamente, trazendo à tona os sentimentos de infelicidade que retornam.
“A manhã estava cheia do luz do sol e esperança. Edna não podia ver diante dela nada negativo — apenas a promessa de alegria excessiva. Ela estava deitada na cama acordada, com olhos brilhantes cheios de especulações.”
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