Home>Biografia>Fernando Pessoa e suas matizes literárias

Fernando Pessoa e suas matizes literárias

Figura icônica da literatura portuguesa, Fernando Pessoa se trata de vários autores em um. Explore as personalidades do escritor icônico modernista.

 

Vida pessoal e pseudônimos

Fernando Antônio Nogueira Pessoa nasceu em Lisboa, em 1888. Morava com os pais, uma avó e duas criadas. Quando completou cinco anos de idade, seu pai faleceu de tuberculose. No ano seguinte, seu irmão mais novo falecia também com apenas alguns meses de vida. Depois disso ele se muda com a mãe para uma residência mais simples, escreve seu primeiro poema aos sete anos e adota o primeiro heterônimo, isto é, uma identidade artística: Fernando Pessoa. Em 1895, sua mãe casa-se de novo.

A seguir, Fernando Pessoa se muda para a África do Sul. Termina os primeiros estudos, que levam quatro anos, em dois. Pessoa cria o pseudônimo, ou seja, mero nome fictício, de Alexander Search e começa a enviar cartas a si mesmo. Regressa à Portugal e começa uma fase mais reflexiva da sua vida, em que ele se sente menos assistido pela sua mãe que divide a atenção com ele, esposo e filhos. O literato também aumenta seu contato com a literatura inglesa, traduzindo poemas inclusive. Adota mais um pseudônimo como autor na língua inglesa: David Merrick.

Depois da faculdade, na área de Artes, se interessa por Padre Antônio Vieira e Cesário Verde. Abre um pequeno negócio, uma tipografia, que vem à falência. Torna-se ensaísta, crítico literário e escreve para a revista Orpheu sob o pseudônimo de Álvaro de Campos. Mais tarde lança a própria revista, Athena, e escreve poemas sob os heterônimos de Ricardo Reis, Alberto Caeiro e o próprio nome, Fernando Pessoa. Quando escreve “Livro do Desassossego” assina com o último pseudônimo criado: Bernardo Soares.

Em 1935, ele desenvolve um quadro grave de cirrose hepática que o leva a falecer com apenas 47 anos de idade. O escritor deixou marcada sua presença enigmática, no qual seu próprio nome tornou-se apenas mais um heterônimo como os outros e um jogo entre verdade, identidade e existência fora criado. Hoje estima-se que 127 nomes diferentes foram criados ao longo da sua trajetória.

 

Conhecendo as faces do escritor português 

Uma das melhores formas de conhecer Fernando Pessoa é explorar suas personalidades:

 

Álvaro de Campos

Único autor a escrever poemas. Antes da escrita, trabalhava com educação inglesa e se sentia constantemente como um turista no mundo. Suas primeiras produções eram simbolistas e, mais tarde, permearam pelo futurismo. Adota então uma linguagem espontânea e radical, sempre ligada à velocidade da modernidade. Finaliza sua produção literária com o poema “Tabacaria” repleta de niilismo. Sua biografia não foi concluída por Fernando Pessoa.

 

Ricardo Reis

Definia-se como um médico de posicionamento monarquista. Representa, portanto, a herança clássica na literatura — manifestada em simetria, epicurismo, estoicismo e bucolismo. Fernando Pessoa declarou que Reis se mudou para o Brasil em revolta à Proclamação da República. José Saramago dá continuidade a sua história em “O ano da morte de Ricardo Reis”, misturando informações oficiais e fontes oficiosas.

 

Alberto Caeiro

Enquanto Ricardo Reis possuía um traço bucólico, Caeiro viveu de fato esse estilo de vida. Quase não teve estudo formal, passou a vida toda no campo. A simplicidade era tudo para ele: detestava a metafísica e a simbologia. Nunca escreveu em prosa, faleceu de tuberculose. 

 

Bernardo Soares

Trata-se de um ajudante de guarda-livros português. Conheceu Fernando Pessoa por acaso e ofereceu seu livro, uma narrativa em fragmentos, o “Livro do Desassossego” que marcou a literatura portuguesa do século XX.

O Cultura Genial selecionou 10 poemas essenciais de Fernando Pessoa. Clique aqui e identifique melhor as nuances de Pessoa e suas identidades.

 

 

Colaborador Beco das Palavras
Os textos publicados aqui são produzidos por colaboradores diversos. Cada teto é assinado com a pessoa que produziu o conteúdo e os enviou de forma espôntanea para o Beco das Palavras.

Deixe uma resposta