Para muitos apreciadores de nossa querida literatura brasileira, ela acaba se limitando alguns imortais que fizeram – e fazem – parte da história da cultura do país, porém, existem alguns autores que acabaram sendo nublados por causa do brilho daqueles que tiveram maior atenção da mídia de outrora.
Nesta novo texto falaremos um pouco a respeito de uma das primeiras romancistas brasileira, Maria Firmina dos Reis, que se destacou devido aos seus escritos e por ser uma das primeiras pessoas que se ergueu contra o escravagismo.
Vida de Maria Firmina dos Reis
Maria Firmina dos Reis nasceu em 11 de outubro de 1825, no entanto, segundo historiadores, a autora foi registrada apenas três anos após seu nascimento, ou seja, a data de seu nascimento pode estar comprometida devido a esse costume de antigamente.
Maria Firmina dos Reis foi à filha de Leonor Felippa dos Reis e de João Pedro Esteves, no entanto, o pai não registrou a criança. Esse fato talvez tenha sido devido ao seu nascimento fora de um casamento e por ser afrodescendente.
Além de não ter sido assumida pelo pai, aos cinco anos Maria Firmina dos Reis fica órfã e muda-se para a Vila de São José Guimarães, onde morou com sua tia materna que realizou um papel importante em sua formação.
Além de sua tia, Maria Firmina contou com ajuda de seu primo por parte de mãe, Sotero dos Reis. Um nome que é muito citado em diversos poemas escritos pela autora. Mas, até então, escrever para Maria Firmina dos Reis era apenas um hobby.
Em sua juventude decidiu prestar um concurso público e acabou se tornando a primeira professora concursada de seu estado. No ano de 1859, vem ao mundo o romance abolicionista “Úrsula”, o primeiro livro da literatura afro-brasileira e além disso, escrito por uma mulher.
No ano de 1861 é a vez de Gupeva ganhar o mundo abordando sua temática indianista. O livro se tornou célebre e chegou a ser publicado algumas vezes nos jornais de São Luís. Alguns anos adiante, é a vez de Maria Firmina dos Reis presentear seus leitores com “Cantos à Beira Mar”.
Maria Firmina sempre deixou claro sua posição contra a escravidão, prova disso foi o livro publicado “A escrava” que chamou ainda mais atenção para a autora que já era vista como cidadã intelectual pelo fato de trabalhar com leitura, ensino e escrita.
Também foi responsável pela criação do hino antiescravagista e também, como preservadora de nossa cultura oral, ou seja, aquelas histórias que eram passadas de pai para filho. E assim que se aposentou, decidiu abrir uma escola gratuita e mista, ou seja, onde estudavam meninos e meninas, mas o povoado da época não aceitou e a escola fechou suas portas.
Maria Firmina dos Reis foi muito mais que uma professora ou autora. Foi um exemplo para muitas pessoas que perceberam em seus esforços a incrível intelectualidade que possuía, ao ponto de abrir as portas para as demais mulheres escreverem seus nomes na literatura brasileira.
Aos 95 anos, no dia 11 de Novembro de 1917, aos 95 anos, Maria Firmina dos Reis fecha seu caderno para sempre, mas, deixou muito mais que belas obras literárias brasileiras. Deixou coragem e força de vontade para fazermos diferença no mundo que vivemos.
Fiquei muito surpresa com esta informação. Bela biografia para uma escritora afrobrasileira, somente agora resgatada. Vou procurar ler alguma obra sua, talvez encontra pela internet.