A manifestação do Barroco na literatura foi notável: dualismo, inversões de frases, religiosidade e até paródias. Saiba mais sobre esse movimento.
O Barroco foi um movimento multicultural com início no século XVI chegando até o século XVIII. Além das artes plásticas, arquitetura, música e escultura, o Barroco também foi lançado como escola literária, a qual pregava uma linguagem mais dramática nas obras, com bastante uso de figuras de linguagem, hipérboles e metáforas.
Como o Barroco foi desenvolvido na literatura
Para entender seu surgimento, é preciso estar ciente de que o contexto era de crise de valores renascentistas com discussões constantes do espírito vs razão. A Reforma Protestante lançou como proposta outras formas de se relacionar com Deus.
No século XVI acontece a Contrarreforma para combater os protestantes. A partir disso, reforça-se ainda mais o conflito entre o antropocentrismo e o teocentrismo. Inclusive os homens barrocos, geralmente, buscavam a salvação e, ao mesmo tempo, os prazeres do mundo
Autores do Barroco nacional
Com estreia pelo estado da Bahia durante o ciclo econômico da cana-de-açúcar, tivemos:
- Bento Teixeira: o poeta luso-brasileiro, com sua única obra “Prosopopeia”, inaugurou a escola literária no nosso país. Esse texto, de gênero épico, abordava a vida do terceiro donatário da capitania de Pernambuco, Jorge Coelho e seu irmão, Duarte.
- Gregório de Matos: escrevia poesia satírica, que criticava a sociedade baiana, por isso o apelido “Boca do Inferno”. Mas era um escritor relativamente versátil, já que escrevia também sobre religião e filosofia.
- Padre Antônio Vieira: seus trabalhos eram sermões e discursos religiosos, majoritariamente, tanto no Brasil quanto em Portugal. Porém, ele não deixava de disseminar sua ideologia política. Ele também combateu a escravização indígena.
- Manuel Botelho de Oliveira: foi poeta e advogado do Brasil colônia. Oliveira foi o primeiro autor brasileiro a publicar um livro onde nele eram retratados vários termos do Barroco.
Autores do Barroco pela Europa
Em Portugal, o período era de crise por conta da monarquia espanhola. O barroco se manifestou com cultismo (uso de linguagem culta e rebuscada) e conceptismo (utilização de jogos de ideias sob uma lógica).
- Luís de Gôngora y Argote: esse poeta espanhol foi destaque no cultismo, também chamado de gongorismo. Participou do Século de Ouro, auge da cultura espanhola clássica. Ele era muito atento a sonoridades dos versos, uso de hipérbatos, isto é, troca de ordem das orações, e de simetria.
- Francisco de Quevedo: esse outro poeta espanhol enveredou por textos satíricos e políticos. Foi elogiado por Miguel de Cervantes e fez até paródias do trabalho de Luís de Gôngora.
- Giambattista Marino: já esse poeta italiano teve mais participação no século XVII e fundou o Marinismo. Essa escola defendia o uso exagerado de antíteses e musicalidade nos versos.
Características estilísticas do Barroco
As divergências da sociedade refletiram diretamente na escrita dos artistas da época, então como características temos o uso da:
- Antítese: uso de palavras que contrastam em um texto.
- Hipérbole: exagero no significado das palavras, remetendo à pompa e à grandeza do Barroco.
- Metáfora: comparações ocultas nos textos.
- Paradoxo: união de duas ideias contrárias em uma só conclusão.
- Prosopopeia: personificando elementos inanimados para dar movimento e dinamicidade.
Tudo o que foi abordado nesse texto se referiu ao Barroco como vertente clássica que compôs a história da humanidade. Mas hoje muitas pessoas resgatam seu estilo para serem aplicados na atualidade, criando pinturas e vestuários com vários traços barrocos, por meio de detalhes pomposos e/ou de contraste visual, por exemplo.
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