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Extraordinário – O Filme

Há alguns anos atrás tive a oportunidade de ler Extraordinário de RJ Palacio (que você pode ler clicando aqui), mas só agora fui assistir a versão cinematográfica feita da obra.

Para mim é complicado um filme agradar aos leitores, e achava difícil que isso fosse possível pela forma como o livro foi produzido (separando em partes com narradores diferentes), por isso me impressionei com o grau de cuidado e proximidade com o livro.

Enredo de Extraódinário

Extrordinário conta a história de August Pullman, ou somente Augie, um garoto de 8 anos que nasceu com má-formação no rosto. Ele passou todos s seus anos em hospitais fazendo diversas cirurgias para reparar essa má-formação e poder ter uma vida saudável e cirurgias plásticas para reduzir a deformidade que possui.

Mas nem por isso Augie deixou de ter uma vida ativa intelectual. A mãe sempre o educou e o ensinou todas as disciplinas mas, após cirurgias de sucesso que ajudaram Augie a ter uma vida relativamente normal e não precisar mais de cirurgias constantes como antes, seus pais decidiram que era hora do filho começar a ter uma vida normal e ir para a escola.

O medo de rejeição as dificuldades iniciais de Augie são contadas em algumas partes do filme. Em outras, a visão dos acontecimentos são vistas pelas demais personagens: irmã e colegas de escola. Essa forma mostra os diferentes pontos de vista e a mudança de opinião sobre cada situação, reforçando a premissa que toda história tem dois lados, ou, nesse caso, vários lados.

Livro versus filme

A decisão de manter os diversos narradores foi, para mim, não só a mais acertada, como a que transformou o filme. Dessa forma o lado humano, ponto mais alto do livro pôde ser transmitido para a grande tela.

A escolha dos atores também foi muito bem acertada. Julia Roberts produziu, e por isso não poderia deixar de estar nele. Owen Wilson fez muito bem seu papel, assim como todo o elenco mirim.

Se você ver o filme verá que ele é um livro politicamente correto: trabalha o bullying, a interação entre crianças saudaveis e aqueles com problemas especiais, mostrando que isso não é impedimento para uma educação de qualidade.

O que pode parecer um pouco difícil para alguns aceitarem, pode ser do fato de August ir para uma escola normal. No Brasil ainda possuimos a separação de escolas para crianças especiais (ensino especial e as Apaes) mas essa prática já foi abolida em grande parte dos países. Europa, Estados Unidos, Australia entre outros têm todas as crianças inseridas na mesma classe, seja ela uma criança com sindrome de Down, cadeira de rodas, surda etc.

Isso porque as crianças precisam se desenvolver da mesma forma como as outras, e muitas delas têm capacidade reduzida em locomoção ou outras áreas da saúde, não seu intectual. Um exemplo disso é a sindrome de Down, cuja sindrome traz problemas cardíacos (coração maior que o normal), de visão (por isso muitas usam óculos) etc, são problemas mais físicos do que intelectuais, então não há porque deixa-los separados da sociedade, até porque eles precisam se inserir e saber cuidarem de si quando adultos.

Por isso, para mim, o filme vem trazer àqueles que não costumam ler com frequência, a possibilidade de assistir e conhecer as dificuldades de uma criança diferente, mas que não precisa se esconder. Espero que todos assistam ao filme e questionem se fazemos bem em sermos preconceituosos com crianças e adultos que têm alguma necessidade especial.

 

Luciana
Jornalista e editora, mestre em rádio e televisão.

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