Antes de começar a resenha, gostaria de avisar que eu simplesmente adorei o livro e quando isso acontece, posso me tornar repetitivo e minhas resenhas tendem a ficar enormes.
Não li os livros clássicos de vampiros como Drácula, ou os mais recentes como Anne Rice, que ouvi dizer que retrata os vampiros como sempre achei que seriam, monstros sanguinários. Depois de ler O Preço da Imortalidade só tenho uma ideia na cabeça, se um dia ler essas obras gostaria de descobrir que são semelhantes ao livro escrito pelo Felipe Santos
Vou reforçar a afirmação do início da resenha, apesar de gostar da forma com que alguns autores alteram o meu conceito anterior em relação aos vampiros (como podem ver em algumas resenhas do site), eu realmente estava precisando ler um livro que os retratassem mais como os monstros que sempre foram, Felipe Santos o fez com maestria.
O livro é repleto de mistérios, e o mais interessante é a forma com que o autor criou a trama. O livro é ambientado na Idade Média (época em que Deus tirou umas férias, como alguns dizem), e a trama é construída de forma progressiva, vamos conhecendo alguns personagens, algumas pontas vão se soltando no decorrer da trama, e em determinados momentos elas são ligadas de uma forma tão coerente que realmente me espantou, minha mente, após ler muitos livros (rs), parece que tenta sempre formular umas teorias estranhas para responder as dúvidas, em o Preço da Imortalidade as respostas são simples, porém surpreendentes. Durante a leitura tive a impressão que estava lendo a obra de um autor, digamos mais experiente, e na verdade é o livro de estréia do Felipe Santos, com isso posso apostar, sem medo, que esse autor tem tudo pra ser tornar consagrado, olha a literatura brasileira dando show novamente.
Nosso personagem central é William, um vampiro novato que não sabe quem foi seu criador e não se lembra dos últimos instantes de sua vida, com isso ele é um tanto ingênuo e acaba passando por maus bocados. Porém ele é diferente dos demais, afinal todos vampiros demoram anos para conseguir desenvolver seus “poderes” e com ele esse processo é muito mais rápido, tolos aqueles que o subestimaram.
No decorrer da trama vamos conhecendo um pouco mais sobre esse universo criado pelo autor, e como disse anteriormente, ele teve o cuidado de responder todas as dúvidas que iam surgindo no decorrer da história, ponto positivo! O único problema, que nem chega a ser um problema, mas no início da leitura me causou um certo incomodo é o uso de palavras que retratam a época, como disse isso nem chega a ser um problema, mas se limitou muito a uma única palavra, geralmente em acessos de raiva, não chega a ser um problema, mas esse contraste causou um certo incomodo.
O livro é realmente muito bom, não retratando somente os vampiros, afinal temos uma gama de vários seres sobrenaturais e todos com sua maldade aflorada (muito bom isso, chega dos bonzinhos! rs). As descrições das batalhas assim como o cenário não deixa a desejar em nada, você consegue visualizar os cenários com uma precisão incrível, a sensação é de realmente estar assistindo a história. Um livro altamente recomendado a todos que gostem de uma boa história e tem sentido falta de encontrar vampiros e outros seres realmente malvados.
Por Júnior Nascimento
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