Dois amigos de infância inseparáveis que, na vida adulta, se separam e ficam sem se falar por 40 anos. Esse é o enredo de As Brasas (Companhia das Letras), do autor húngaro Sandór Márai.
O livro se inicia com o reencontro dos amigos já velhos, após esses quarenta anos distantes para uma última conversa, onde eles irãos relembrar o que aconteceu em pratos limpos.
A escrita de Márai é poderosa. No momento que se começa a ler o livro, é impossível parar de ler. O decorrer de cada capitulo ocorre suavemente e suas palavras reverberam na mente.
O título no Brasil foi escolhido para mostrar o lado misterioso da conversa que se passa na história. Quando eles pararam de se falar, não houve briga ou questiomentos. Algo ocorreu e nao mais decidiram esclarecer. A medida que vamos conhecendo suas histórias e pontos de vistas, vamos percebendo como é a personalidade de cada um e seus defeitos.
Existe um gap onde o autor volta no tempo para recontar toda a história dos amigos. É nesse momento que vamos identificando como surgiu e o que fortaleceu a amizade. Entrelaçado com a narrativa da conversa dos amigos, vamos juntando o mesmo quebra cabeça que as personagens vão juntando naquele reencontro.
As Brasas não é um livro grande. E também não se faz necessário. Possui uma história direta e poética, que entrete e deixa o leitor impressionado pela força e estilo narrativo. Marái é um dos principais autores hungaros e teve uma lista de muitos livros de sucesso. Quem lê As Brasas ficará fã do autor imediatamente.