Minha primeira impressão ao começar a ler o livro foi espanto, juro que fiquei muito incomodado com o começo da história, imaginem os piores pensamentos do ser humano exposto de uma forma tão natural e normal, levei um tempo, mas consegui me acostumar,
Ignatius Perrish, ou só Ig, após uma noite de bebedeira, blasfêmias e pecados (como urinar na imagem de Virgem Maria) acorda com um “belo” par de chifres, sua primeira impressão ao ver sua imagem no espelho foi que estava ficando completamente doido, ou melhor, que tinha desenvolvido um tipo de câncer raro e de rápido desenvolvimento e que assim estava prestes a morrer, o que não seria algo ruim afinal.
Desde que Merrin, seu único e grande amor, foi brutalmente estuprada e assassinada Ig nunca mais foi o mesmo, nem a vida das pessoas ao seu redor, uma vez que Ig é o principal suspeito desse crime brutal.
Ig sai em busca de auxilio para descobrir o que esta acontecendo com ele, e ai é onde as coisas começam a ficar (mais) estranhas. Sempre que se aproxima de alguém a pessoa começa a contar todos os seus piores pensamentos para Ig e a pedir conselhos sobre como agir, como uma mãe que pensa em abandonar sua filha que só sabe chorar, ou essa filha que pensa em botar fogo na mãe enquanto ela dorme (muito bizarro e fonte do meu incomodo ao ler o livro), ou o médico que pensa em se drogar e sair com a amiguinha de sua filha.
Os chifres deram alguns poderes a Ig, como por exemplo, ao tocar em alguém ele sabe de toda a vida da pessoa, ou o fato das pessoas se sentirem a vontade para contar a ele todos seus piores pensamentos, nem o padre da cidade está livre dessa influência que Ig exerce, nem seus próprios pais, que acabam falando coisas horríveis para Ig, mas Ig não estava preparado para o que seu irmão lhe diria, a verdadeira identidade do assassino de Merrin.
O que você faria se tivesse a oportunidade de manipular as pessoas para que elas contem tudo o que fizeram, o que você faria se tivesse a oportunidade e os meios de vingar a morte de seu grande e único amor? Porém isso não se mostrou tão fácil como parece.
“O Pacto” é um livro surpreendente, que te prende logo no inicio, eu simplesmente não conseguia parar de ler, e estou arrumando tempo para ler novamente. Apesar de ser uma estória que envolva o “coisa ruim”, vemos que as piores atitudes e os piores pensamentos fazem parte do ser humano. Uma história que nós faz pensar sobre até onde o ser humano é capaz de chegar em busca de suas realizações pessoas. Uma história repleta de inveja, ciúme e vingança. E continuo sentindo o incomodo que esse livro me deixou, afinal todos tem segredos e pensamentos que habitam a camada mais profunda de nosso ser. Você não pode deixar de ler.
Por Coolture News